Rui Vitória, Jorge Jesus e Quique Flores analisam os 15 anos de Vieira à frente do Benfica
O atual treinador e dois ex-técnicos do Benfica trabalharam de perto com Luís Filipe Vieira e fazem um balanço dos 15 anos como presidente do Benfica. Leia os depoimentos recolhidos por O JOGO.
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O que diz Rui Vitória: "Conexão ficou marcada desde a primeira conversa"
Luís Filipe Vieira renovou ontem as promessas de conquista de mais títulos e de ter o Benfica a dominar o futebol português, já depois de ter manifestado a expectativa de ver as águias a festejar um título europeu. Rui Vitória, por seu lado, e no âmbito dos 15 anos de presidência de Vieira, considera que "não há limite para os sonhos e ambição do presidente".
Vitória lembra que "já muito foi conquistado, em termos desportivos, de infraestruturas e resultados financeiros", o que lhe permite concluir que "o Benfica está num patamar de excelência em que todas as conquistas são possíveis. Muito mais do que contemplar o que foi feito no passado, projeta o que vai ser feito no futuro, o que dá garantias de que este será de sucesso."
"Falamos muito do que é o presente, mas nas nossas conversas definimos muito do que queremos para o futuro"
A parceria entre o treinador e o presidente iniciou-se há três anos, o que permite a Rui Vitória uma análise próxima da ligação de Vieira ao plantel. "É uma relação próxima e especial. Ele acompanha muito de perto o dia a dia da equipa, e de toda a estrutura do futebol profissional, no Seixal. Para além de se preocupar muito com os atletas no plano profissional, estende essa preocupação ao plano pessoal e familiar, e isso faz muita diferença", refere o técnico.
Quanto à conexão entre ambos, esta ficou "marcada desde a primeira conversa". "Impressiona-me a exigência que tem no trabalho, a dedicação ao clube e a capacidade de ver muito mais à frente. Tem uma visão extraordinária daquilo que pretende para o Benfica e sabe envolver todas as pessoas nos seus projetos", referiu, revelando o teor das suas conversas. "No dia a dia falamos muito do que é o presente, mas nas nossas conversas definimos muito do que queremos para o futuro. Esta capacidade de antecipar também faz dele um líder diferente."
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Jorge Jesus: "É um presidente a tempo inteiro para o clube"
Jorge Jesus orientou a equipa do Benfica durante seis temporadas e nesse período, ao lado de Luís Filipe Vieira, ajudou o clube a ganhar dez títulos, tornando-se no treinador que mais troféus deu ao emblema da Luz na era Vieira. Agora no Al-Hilal, o treinador olha para o percurso que fez na Luz e não tem dúvidas em afirmar que o presidente das águias foi um elemento decisivo para o êxito. "É um presidente a tempo inteiro para o clube. Está sempre em cima do acontecimento", começou por referir, em declarações a O JOGO.
Jorge Jesus esteve seis temporadas no Benfica e ganhou dez títulos, três de campeão nacional
Na Arábia Saudita, onde continua a bater recordes, o antigo treinador de Braga, Benfica e Sporting realça ainda o papel de Vieira na recuperação económica do clube: "Recuperou o Benfica desportiva e financeiramente, transformando-o num clube moderno."
A saída de Jorge Jesus do Benfica para o rival Sporting não foi pacífica. Em 2015, na altura em que o técnico firmou contrato com os leões, a boa relação entre ambos sofreu um forte abanão. No entanto, algum tempo depois, JJ e Vieira voltaram a entender-se, pondo um ponto final na desavença. "Grande líder, sempre muito próximo dos jogadores e da estrutura", disse Jesus a finalizar.
Quique Flores: "Não tivemos possibilidade de comprar muitos jogadores"
Quique Flores diz que trabalhou com um "presidente especial e duro, mas também com sensibilidade". O técnico que treinou as águias em 2008/09 destacou a O JOGO que Luís Filipe Vieira "é um entendido de futebol, sabe o que quer e como quer". "É um dos melhores presidentes com quem trabalhei. Os anos passaram, mas continuamos com uma boa relação", avalia o espanhol, que apenas tem um lamento. "Entendi o que queria, mas não tivemos possibilidade de comprar muitos jogadores. Foi um ano de transição, em que contratámos o Aimar e outros jogadores secundários e não conseguimos o primeiro lugar [acabou em terceiro e ganhou a Taça da Liga]. Depois, o clube contratou jogadores importantes e deu um salto qualitativo para recolocar o Benfica num grande patamar", analisou.