SAD liderada por Frederico Varandas encaixou 26,162 M€ com a oferta pública que lançou com uma taxa de juro anual de 5,25%. Riscos de liquidez da sociedade e o mercado foram mudando os planos
Corpo do artigo
A Sporting SAD encaixou 26,162 milhões de euros dos 30 milhões que ofereceu publicamente ao mercado através de um empréstimo obrigacionista que visava reembolsar outro que tinha sido adiado no mesmo montante em maio último. Porém, a sociedade liderada por Frederico Varandas terá de recorrer a parte dos 18 M€ encaixados no acordo pela transferência de Rui Patrício para reembolsar os obrigacionistas - assim como os respetivos juros - que viram o valor investido em 2015 "retido" pelo elenco diretivo então de Bruno de Carvalho.
Assim, da verba proveniente do Wolverhampton, cerca de 3,8 milhões de euros serão canalizados para o reembolso direto, pese a existência de outros custos de operação ainda sujeitos a cálculos finais.
Ainda assim, para os responsáveis leoninos, como oportunamente foram dando conta e corroboraram fontes contactadas por O JOGO, a verba alcançada é tida como um "bom resultado", uma vez que os administradores da SAD leonina temeram que a fraca procura por parte do mercado levasse a que fossem considerados, além de uma deslocação maior da verba referente ao negócio Rui Patrício, outras vias, como a utilização de uma linha de crédito que estava aberta na ordem dos 18 milhões no Montepio Investimento - que implicaria uma taxa de juro elevada e outras garantias tidas como elevadas em Alvalade.
Certo é que a SAD viu-se confrontada com diversos condicionantes no seu plano, que teve de ser abandonado. Inicialmente, sabe O JOGO, os leões pretendiam lançar um empréstimo obrigacionista de 45 milhões de euros, reembolsavam 30 milhões e suportavam os custos inerentes, ficavam com um valor ligeiramente acima dos 10 milhões e ainda tinham como receita extraordinária o negócio Rui Patrício. Mas os resultados financeiros da SAD, os riscos de liquidez, a incapacidade dos bancos em participar e promover este tipo de produtos, impôs uma redefinição de metas. Assim, a SAD acabou por lançar um empréstimo obrigacionista de 30 milhões de euros com uma atrativa taxa de juro de 5,25% ao ano na esperança de conseguir o reembolso quase direto do empréstimo obrigacionista lançado em 2015, mas sempre tendo presente que o valor mínimo para o conseguir, mesmo com outras verbas da SAD, estava fixado nos 15 milhões, meta que chegou a estar em risco, mas que um conjunto de fatores tornou possível a sua superação (ver peça à parte). Hoje, Frederico Varandas e o administrador da financeira Francisco Salgado Zenha vão detalhar e fazer um balanço da operação em conferência de Imprensa.