Declarações de Francisco Salgado Zenha, administrador da SAD do Sporting.
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Francisco Salgado Zenha, admmnistrador da SAD e vice-presidente do Sporting, concedeu esta quinta-feira uma entrevista à SportTV, na qual abordou a primeira prestação pela contratação de Rúben Amorim ao Braga em falta.
"Uma coisa é certa: estamos numa situação, a passar um contexto nunca antes visto, e é absolutamente ridículo andarmos a falar em atrasos de pagamentos a fornecedores de menos de um mês ou quinze dias - o que quer que seja. O Sporting, pela primeira vez na sua história, anunciou um lay-off, não é o único, é um país inteiro, um mundo inteiro. O FMI acabou de anunciar que Portugal terá a maior quebra de sempre do seu PIB. Estamos a falar de um contexto completamente anormal. Ou não se percebe em que contexto se está ou não se percebe como é gerir uma empresa. Temos feito uma gestão séria e preocupada, tendo em conta o contexto. O Sporting está, neste momento, a tentar a maior almofada, as melhores condições possíveis, para ultrapassar um contexto inacreditável. Sinceramente, parece-me que o Sporting está numa situação muito mais confortável do que se acontecesse em maio de 2019 ou mesmo maio de 2018. Estamos em condições, mesmo com medidas difíceis, de passar por esta crise mitigando-a ao máximo. Saindo daqui vivos e retomando a atividade dentro da normalidade possível. Isto não é só os meses da pandemia - é o que vem a seguir. Alguém acredita que o Sporting ou outro clube estará a vender bilhetes de época em junho ou julho? Vou ter estádios abertos em agosto, setembro? Tenho essa garantia? Eu acho altamente improvável. Estamos a preparar o mundo a seguir à covid-19", começou por dizer.
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"Não entro em detalhes de contrato. Se o Braga faz... Eu não faço isso. Mas posso dizer o seguinte: de uma forma genérica, o Sporting não falhou nenhum pagamento relevante, relativo a acordos com determinada importância, deste estilo, antes do estado de emergência. O Sporting pretende cumprir com as suas responsabilidades, estamos é a fazer uma gestão racional e cuidada. O que surgiu depois da crise alterou a nossa postura. Tudo o que foi antes da covid-19, cumprimos. Se houve alteração do pagamento, foi por alteração do contexto. Vamos cumprir com as nossas responsabilidades. Está previsto na lei alterações de circunstâncias fundamentadas por alterações anormais de contexto, após assinatura de contrato. E não existe alteração mais anormal do que esta", prosseguiu.
"Eu também tenho fornecedores que me estão a falhar pagamentos há meses. Tenho clientes que já me disseram que querem alterar condições que já estão assinadas. Determinados clubes esquecem o contexto e tentam jogar com os media para criar pressão", apontou, questionado depois se o Braga está a fazer essa pressão.
"Não sei se está ou não. Mas num dia em que anunciámos um lay-off, se o está a fazer é mau para todos. Fomos claros com todos os fornecedores: há um contexto novo. "Esta administração teve dos atos mais difíceis que tivemos: fazer um lay-off a trabalhadores. Quero agradecer-lhes, tal como aos jogadores, que estão a fazer um esforço enorme num momento difícil. As receitas desta indústria, em certas áreas, tiveram cortes totais", vincou Salgado Zenha.