Francisco Salgado Zenha, administrador da SAD do Sporting, comentou o lay-off praticado pelo clube em entrevista à SportTV.
Corpo do artigo
Como foi recebido o lay-off?
"Fiquei agradavelmente surpreendido, até porque alguns deles têm salários baixos. Fizeram um esforço e aceitaram construtivamente este lay-off. Tivemos colaboradores e diretores que, não entrando em lay-off, quiserem fazê-lo. Os jogadores, muitas vezes criticados por não compreenderem o mundo real, compreenderam e foram solidários. Foi das coisas mais bonitas que vi. Não digo que há pessoas que tenham ficado menos satisfeitas, mas o feedback foi muito positivo."
E o plantel? Estranha o Benfica não fazer o mesmo?
"Todos receberam bastante bem. A decisão foi colegial, comum e unânime. E falo dos jogadores cujo passe é do Sporting. Fomos o primeiro dos 'grandes' a fazê-lo, o primeiro em Portugal com este peso, importância e profundidade. Os capitães... Quero deixar uma palavra especial, porque tiveram uma importância decisiva. Benfica? Não conheço as contas... Mas surpreende-me muito que depois de nós os clubes não o venham a fazer. O Sporting é um clube que atravessou dificuldades, que tem recuperado bem delas. Esta administração fez uma grande redução de custos. Vamos começar o próximo ano com 15 milhões de redução salarial. Estamos menos mal preparados do que outros. Muito me estranha que outros clubes passem por isto sem nada o fazer. Agimos depressa e fomos muito rápidos. Começámos a falar com os jogadores no final de março. Ainda bem para os outros, é sinal que têm condições... Mas fico a aguardar. Até porque o mercado não vai ser igual."
11945503
Acredita que o campeonato vai regressar?
"Acredito que vai terminar. Um porque todos os stakeholders do futebol têm interesse nisso. Há muito dinheiro em jogo, há muita incerteza caso as competições não acabem... Mas há uma condicionante: a saúde dos jogadores e intervenientes. Seja polémica ou não eu digo o que penso: se temos trabalhadores a exercerem as suas funções diariamente, como em supermercados, farmácias, não vejo razão para os outros não começarem gradualmente. Os futebolistas não têm elevado grau de risco. Tem é de ser controlado e com um bom plano de proteção. O entretenimento número 1 do país acho que tem de recomeçar, tem é de haver condições."
Caso Rafael Leão: "O TAD já se pronunciou, queremos receber o mais rápido possível, vamos acionar, sabendo que já fomos suficientemente penalizados. Ele saiu em 2018 e estamos em abril de 2020... Ainda não recebemos o dinheiro e não temos certezas quando o vamos receber. É beneficiar o infrator. Não pode ser. Tem de se criar soluções para que isso deixe de acontecer."