Rúben Amorim: "Não é a primeira nem a segunda vez que tenho a cláusula paga. Era agora ou nunca"
Declarações de Rúben Amorim após o Sporting-Estrela da Amadora (5-1) da 10.ª jornada da I Liga
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Ccomo foi a gestão da semana? O que gostaria de dizer? "Não consigo dizer muito, é uma fase de as pessoas sentirem aquilo que têm de sentir. Queria começar por explicar a situação. No início da época tive uma conversa com o presidente e com o Hugo Viana, e fiz questão disso, a dizer que acontecesse o que acontecesse era a minha última época no Sporting. O presidente pode confirmar. A época começou, começámos a fazer uma época muito muito boa e surgiu esta situação do Manchester United. O United apareceu e pagou acima da cláusula. O presidente defendeu os seus interesses. Nunca me meti, nunca discuti nada com o presidente, nada. Depois a negociação chegou a mim. O único pedido que eu fiz foi que saísse no final da época. Estive três dias a pedir isso e foi-me dito que não era possível, que era agora ou nunca, se não iria buscar-se outra opção. Tive três dias para tomar uma decisão que muda radicalmente a minha vida."
Outras alturas em que teve a cláusula de rescisão paga: "Já tive outras ocasiões. Não é a primeira nem a segunda vez que tenho a cláusula paga por um clube. Chegou ao quinto ano e eu tive de fazer uma escolha. Eu não queria outro clube. A seguir ao Sporting, queria aquele. Falam do contexto e eu quero aquele contexto. Aquele contexto permite-me fazer as coisas à minha maneira e o clube acredita em mim daquela maneira. É igualzinho ao Sporting. Tenho de dar um passo em frente na carreira e foi isso que aconteceu. Custa-me mais a mim do que a qualquer sportinguista, mas tive de o fazer. Não houve confusão nenhuma. Há um contrato, há cláusulas e há uma situação desportiva na qual nós temos de salvaguardar os interesses de cada. Não sou coitadinho, encaro bem estas coisas. A única coisa no meio disto, nesta zona morta, sou eu. Eu nunca disse nada, ficava os jogos que fossem precisos, é um acordo entre os clubes. Não pude dizer nada mais cedo."
Medo de ficar com um arrependimento se não escolhesse sair: "A decisão é assim, escusamos de estar a dar a volta à situação. Apareceu um clube que é um clube eu sabia que se o rejeitasse daqui a sete meses não o ia ter. E eu sabia que ia sair do Sporting daqui a seis meses. Poderia chegar a esta fase da minha vida e sentir um arrependimento que eu acho que era difícil de lidar. Ia arriscar não ter o único clube que quero e que mexeu comigo. Tive de decidir e decidi. Agora tenho de levar com aquilo que tiver de levar. Vou mais descansado agora para casa porque já expliquei as coisas e foi uma escolha. Obviamente que há muita gente a dizer que é pelo dinheiro... Eu ganhava três vezes mais no último clube que quis pagar a minha cláusula. Digam o que disserem, eu dei tudo o que tinha pelo clube. Foi um orgulho enorme. Custa-me muito sair daqui, estou muito confortável, sou muito feliz. Tudo igual. Adoro o clube, adoro toda a gente independentemente do que as pessoas pensam agora. Adoro o meu staff. Chegou a um ponto que eu tenho de decidir, fico ou vou. Daqui a seis meses sou eu que tenho de viver com a decisão. Não são os adeptos nem o resto do mundo. Sou eu. A minha escolha foi sair neste momento, porque me foi dito que era agora ou nunca e eu tive de dar esse passo. Foi a minha escolha."