Terceira vitória do Sertanense foi alcançada com uma reviravolta, de 1-3 para 4-3, frente ao Mortágua, a partir dos 89’. Luís Ferreira deu o triunfo aos 90’+9’ .
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Conseguir reverter uma desvantagem de dois golos não acontece todos os dias. Fazê-lo a partir dos 89 minutos é ainda mais raro. Mas foi isso mesmo que o Sertanense conseguiu, no domingo passado, ao derrotar o Mortágua, em casa, por 4-3, depois de ter estado a perder por 3-1 até ao minuto 89.
Aí, Gabriel Pajé reduziu, de penálti, Paulinho (90’+1’) empatou e Luís Ferreira fez o 4-3 no último lance da tarde. “Pensei que ia ser muito difícil, mas havia um sentimento de crença, pois contra o Rabo de Peixe, também tínhamos estado a perder 2-0 e virámos para 3-2”, conta o central Luís Ferreira, herói da partida: “Quando fizemos o 3-2, a cabeça começou a acreditar ainda mais. Foi tudo muito rápido, parecia um filme”.
Após o empate a três, Luís Ferreira e o companheiro de setor até puxaram as orelhas aos restantes colegas. “O 3-3 é um grande golo e lembro-me de estarem todos a festejar. Eu e o outro central fomos buscar a bola e começámos a gritar para a equipa, porque a vitória era possível. Parecia que as coisas estavam destinadas. Houve um canto, eu faço golo para o 4-3, a bola vai ao centro e acaba”, recorda. “Temos um grupo muito forte, que acredita até ao fim”, remata.
Natural de Valongo, o jogador de 22 anos fez toda a carreira perto de casa até se mudar para a Sertã, na Beira Interior. “É um clube que tem muita visibilidade no CdP e um histórico grande de jogadores que deram o salto a partir daqui. Somos uma equipa jovem, com bastante qualidade, maturidade, e onde todos, sem exceção, têm qualidade para outras ligas”, elogia. Trocar o litoral pelo interior não foi difícil. “No início custou-me, porque nunca tinha estado longe de casa, mas depois foi uma adaptação fácil porque tenho colegas do norte que me ajudaram. Além disso, as pessoas do interior são sérias e boas, e isso simplifica tudo”, termina o jogador que está a cumprir a segunda temporada no Sertanense, depois de na época passada ter sido contratado ao Padroense.
No FC Porto com geração de ouro
Luís Ferreira começou por jogar futebol no Valonguense, passou por Boavista, Salgueiros, V. Guimarães, Padroense e Paços de Ferreira, mas foi no Olival, no FC Porto, que passou mais anos da formação, ao lado de nomes hoje consagrados. “Marcaram-me o Vitinha, o Fábio Vieira,
o Romário Baró, o Diogo Leite. Também cheguei a treinar com o Diogo Costa. Já na altura notava que todos eles estavam um nível acima e que iam chegar rápido ao topo”, recorda. “Sonhos? Só quero crescer passo a passo, sem pressas, e fazer uma boa temporada”, conclui.