Miguel Teixeira, tio de Gonçalo Ramos, adjunto de José Morais nos iranianos do Sepahan, fala do grande momento do sobrinho, reconhecendo como normais as notícias do mercado, embora avise que o foco está todo no Benfica.
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Gonçalo Ramos é a pérola encarnada de uma temporada que ganhou contornos extraordinários por tempos prósperos na Liga, interrompidos agora, e por um avanço tão convincente na Champions, agora ameaçado pelo Inter.
O atacante ainda foi decisivo em Vila do Conde, na última vitória encarnada, transformando-se no mais jovem benfiquista, dentro da realidade sub-21, a fazer 25 golos pelo Benfica desde Eusébio, que o fizera em 62/63. Tem vivido o seu estrelato com licença para brilhar conferida pelo alemão Roger Schmidt. Muitos se curvaram à excelência dos desempenhos de Gonçalo Ramos, que marca, assiste e muito joga com os companheiros. Pelo Algarve onde nasceu tem muitos torcedores, a começar no pai Manuel Ramos, mas também tem família no Irão, o tio e padrinho Miguei Teixeira, adjunto de José Morais no Sepahan. Os golos que casam com muitas vitórias do Benfica e tanto iluminam a estrada para o título, agora menos cristalina do que há duas semanas, têm sido recebidos com muito agrado. Há uma palavra chave que define e apoia este rendimento.
"O sentimento é que dê continuidade ao que tem feito sempre com a mesma atitude. O resto aparece naturalmente. Foi uma época de afirmação que passou também a uma época fantástica. Se olharmos bem os 17 golos na Liga, nenhum foi de grande penalidade. Isso atesta categoricamente a influência que tem tido", justifica Miguel Teixeira, vendo o sobrinho pronto a manter o seu instinto apurado na Liga
"Ainda faltam alguns jogos, FC Porto viu a sua final e aproveitou a oportunidade de se aproximar e criar incerteza", afere, antecipando o papel do atacante, ciente que o Benfica convive com um plano de conquistas muito ambicioso mas legítimo. Chega a última palavra na Liga dos Campeões.
"Seria um sonho ver o Benfica e o Gonçalo levantarem um troféu como a Champions. É um feito no qual eles podem acreditar! Se ele marcasse e ajudasse seria, então, a cereja no topo do bolo. São jogos que fazem sobressair o que ele dá à equipa ofensivamente e defensivamente", reconhece Miguel Teixeira, vestindo a pele de treinador para pontuar os méritos de Roger Schmidt nesta dimensão colossal ganha por Gonçalo Ramos.
"Existe uma simbiose muito grande entre eles, mas acho que foi o Gonçalo a encaixar-se no modelo de jogo do treinador, uma vez que não é fácil encontrar um avançado com essa mobilidade. Foi o ano certo para ele, apanhando um treinador adepto das suas caraterísticas. Quando tens um treinador que te dá muita confiança tudo se torna mais fácil de alcançar", louva Miguel Teixeira, descrevendo o estado de espírito do sobrinho com quem esteve recentemente numa paragem do campeonato iraniano.
"Ele nunca muda. Mantém o mesmo caráter, humildade e uma vontade ainda maior de vencer. Assim o senti!", disse, compreendendo o assédio e o falatório a respeito do mercado, até porque se anunciaram grandes tubarões como Real Madrid e Manchester United.
"Se lutas pela Bola de Prata, pelo título de campeão e até ambicionas ganhar a Liga dos Campeões, tens de acreditar que tudo pode acontecer. Mas como ele sempre diz, neste momento, só há um foco: o Benfica. E conseguir ganhar o máximo com ele."
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