Do futebol de rua no campo das Paivas ao golo em pleno Dragão. Eis "Rafa", a nova estrela do Sporting que faz promessas ao futuro.
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Um toque, um golo. Apesar de o Sporting ter saído derrotado (1-2) do Estádio do Dragão, hipotecando as suas hipóteses de chegar ao título, Jorge Jesus - palavras do próprio - "ganhou" mais um jogador. É Rafael Leão que, aos 18 anos, se tornou no futebolista mais novo dos leões a marcar num clássico; é Rafael Leão, o miúdo que há pouco mais de 10 anos dava pontapés na bola no campo das Paivas e que agora preenche o futuro de promessas. O JOGO foi atrás das raízes do camisola 93: afinal, estamos a falar de um miúdo que esteve apalavrado com o Benfica, mas que pela experiência de Aurélio Pereira, responsável pelo departamento de formação e prospeção do Sporting, foi "resgatado" ao já extinto Foot21.
Estávamos em 2005 quando no tal campo das Paivas, Rafael Leão se divertia com os amigos, numa tarde de domingo, a fazer o que mais gostava: jogar à bola. O destino quis que Luís Santos, então diretor dos escalões de formação do Amora, passasse ali perto, de carro. Parou, olhou para dentro das quatro linhas e não saiu dali enquanto o miúdo não lhe disse com quem teria de falar para o poder "profissionalizar". Falou com a mãe, a mãe falou com o pai e lá foi ele, cheio de entusiasmo, dar os primeiros passos na carreira jovem no Amora. O clube esqueceu os 90 euros que custava a inscrição, ofereceu-lhe equipamentos, botas e... deixou-o brilhar. A "gazela", nome pelo qual o passaram a tratar pela rapidez de movimentos e execução, corria rápido rumo a novas paragens.
O apelido de Rafael - Leão - também parecia ser obra do destino. Após uma época no Amora, salta então para o Foot21, que tinha como diretor Armando Jorge Carneiro. Nessa altura, o futuro diretor-geral da formação do Benfica já o tinha debaixo de olho, mas a falta de condições que os encarnados ofereciam em termos de logística, deixaram via aberta para o Sporting. Os leões, por imposição de Aurélio Pereira, fecharam com "Rafa" e depois de um período a treinar na Cidade Universitária, rumou à Academia. Tinha nove anos, andou sempre à frente dos colegas nos escalões de formação e ajudou os verdes e brancos a colorirem o museu com troféus das camadas jovens. Até esta época.
Identificado por Jesus desde 2016 como um futebolista a integrar a breve prazo nos trabalhos da equipa principal, Leão começa 2017/18 a ser opção na equipa B. Também deu cartas na Youth League, pelos sub-19, mas o destino estava mais que traçado: há três meses que está a tempo inteiro com a formação principal, por quem já fez cinco jogos e dois golos, um deles ao FC Porto.