"Quase todos os clubes estão falidos no futebol português e tira-se o público..."
Declarações de Vítor Paneira, treinador do Varzim, na antevisão ao jogo com o Lourosa, da quarta jornada da Liga 3.
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Jogo à porta fechada: "É claro que é sempre diferente jogar à porta fechada. Penso que tirar o público de um jogo por este motivo é uma decisão inédita no futebol português, até porque os clubes sempre recorreram. É um contexto novo para nós, assumimos que vamos cumprir o castigo. Tiraram-nos o público, mas teremos os adeptos do lado de fora. Os adeptos do Varzim são o coração deste clube e não conseguimos viver e sobreviver sem esta massa que é espetacular. São os adeptos que fazem andar este clube."
O caso: "Sobre o caso, sei que o Tiago Margarido tinha acabado o curso de III Nível e apenas não tinha recebido o diploma, tal como eu, que o recebi há duas semanas atrás, pois a Federação, desde há oito anos, nunca me tinha entregado. Fui treinador na I Liga sem o diploma, mas com o IV Nível feito e só me deram agora porque não queriam aceitar a minha inscrição sem o diploma. São situações que vão continuar a existir no futebol e neste campeonato, na primeira jornada, aconteceu a mesma coisa num jogo do Grupo A e não vi ninguém a falar sobre isso."
Dualidades: "Temos dois futebóis. Temos o futebol rico e temos o futebol pobre. Com toda a franqueza, quase todos os clubes estão falidos no futebol português e tira-se o público quando queremos puxar os adeptos. Recorrer de uma decisão destas custaria onze mil euros e como o Varzim não nada em dinheiro, aceitou a decisão. Temos pena de não contar com o nosso 12º. Jogador. O jogo com o Braga B em casa teve a quinta melhor assistência da primeira jornada, incluindo a I Liga e II Liga, levamos 800 adeptos a Viana do Castelo e a Fafe e neste jogo teríamos certamente cinco mil adeptos. Tiraram-nos isso mas vamos ter os adeptos do lado de fora e vamos dar tudo para lhes oferecer a vitória e sairmos daqui no primeiro lugar."
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