Patrick Vieira abriu caminho, de penálti, para a primeira vitória do clube, frente ao Felgueiras (3-2). Defesa chegou a Portugal há oito anos
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Aos 32 anos, Patrick Vieira é um dos nomes com maior destaque no plantel do Anadia. Com experiência de I Liga, onde acumulou temporadas no Marítimo, V. Setúbal e Santa Clara, mas ainda a recuperar a melhor forma física, o lateral-direito que há dois anos, no Mafra, teve de lidar com duas graves lesões, espera agora voltar a exibir o nível que já demonstrou em Portugal.
Ao quarto jogo pelos bairradinos, o defesa abriu caminho, de penálti, para a primeira vitória do clube na Liga 3, diante do Felgueiras (3-2), um adversário que na jornada anterior tinha pulverizado o Canelas, ao vencer por uns históricos 8-0... Com formação feito no América Mineiro, onde trabalhou com Danilo (ex-FC Porto), Matheus (Braga) e Richarlison (Tottenham), o brasileiro está encantado com Portugal.
Com passagens pelo Marítimo, V. Setúbal, Benfica e Santa Clara, na I Liga, o lateral-direito aceitou o projeto do Anadia, a convite do presidente da SAD, Roque Júnior. Objetivo é voltar a jogar a alto nível.
Ao fim de quatro jogos, o Anadia alcançou a primeira vitória. Acha que a equipa já merecia este resultado?
-Sem dúvida. Começámos em Canelas, fizemos um bom primeiro tempo, mas em alguns momentos houve desconcentração nas bolas aéreas. Pecámos nisso e deixámos escapar uma vitória que tínhamos em mãos, num jogo que estava controlado. Nos jogos seguintes, contra o Fafe e Sanjoanense, tivemos expulsões e, numa infelicidade, sofremos golo. O treinador já tinha pedido para estarmos concentrados o jogo todo e contra o Felgueiras soubemos controlar a ansiedade. Soubemos sofrer, defender bem e isso foi o principal para conseguirmos a primeira vitória, que nos vai dar confiança.
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O triunfo foi conseguido diante do Felgueiras, que tinha ganho 8-0 ao Canelas. Qual foi o segredo para os travar?
-Sabíamos que o Felgueiras é forte nesta competição, luta sempre para subir. Isso deu-nos ainda mais motivação. É uma equipa que deixa jogar e nós também somos tecnicamente bons. O principal foi a união, concentração e controlar a ansiedade.
O Patrick deu início à vitória com um golo de penálti. Como se sentiu nesta estreia a marcar pelo Anadia?
-Estou num processo de recuperação física. Nos dois primeiros jogos entrei, contra a Sanjoanense pude participar um pouco mais e fiz 75 minutos. Contra o Felgueiras, os jogadores que são mais experientes deviam assumir a marcação da grande penalidade naquele momento do jogo. Tinha confiança e, graças a Deus, consegui converter o lance. E isso deu tranquilidade.
"O projeto da SAD é crescer a médio e longo prazo. Temos de lutar por esta região e pelos adeptos"
Na época passada, o Anadia conseguiu a permanência na Liga 3 na última jornada e na compensação. Este ano, o objetivo é evitar esse sofrimento?
-O projeto da SAD é crescer a médio e longo prazo. A equipa está a ser formada por jogadores jovens e não tivemos o início desejado, mas jogo a jogo, pelas equipas que enfrentámos, ainda temos grandes chances de classificar o Anadia para que não passe o que passou na época passada. Temos de lutar por esta região e pelos adeptos para andarmos nos lugares de cima.
É um dos jogadores mais experientes do plantel. Por que razão aceitou este desafio?
-Conheço o Renê e o Roque Júnior, que fazem parte da SAD, e fizeram-me o convite. São pessoas sérias, têm um projeto ambicioso e não fazem loucuras. Achei interessante fazer parte disso. O treinador Joel Sampaio e a equipa técnica querem crescer na carreira. Temos aqui o Perdigão e o Alvarinho, que já passaram pela I Liga. Esperamos a ajudar o Anadia a crescer.
"Espero fazer bons jogos, crescer e voltar a ligas maiores, quem sabe com o Anadia"
Já passou pela I e II Liga, sente que é um jogador respeitado neste clube?
-As pessoas respeitam-me. Também temos de dar o exemplo. A participação na II Liga não correu da forma como tinha planeado; tive duas lesões no Mafra... Voltei para o Brasil, em 2020, para o Coritiba, rescindi com o Santa Clara, depois fui para a Polónia, para o Radomiak Radom, mas as promessas do contrato não foram cumpridas. Estive um ano parado e quando surgiu o Mafra quis acelerar a condição física e isso foi prejudicial... Hoje, o meu propósito é outro. Espero fazer bons jogos, crescer e regressar a ligas maiores, quem sabe com o Anadia.
Chegou a Portugal há oito anos para representar o Marítimo. Esperava impor-se rapidamente na I Liga?
-Quando vim para o Marítimo, não acompanhava de perto o campeonato português. Tinha o Éber Bessa, que me ajudou na adaptação e hoje posso dizer que sinto-me um português. Espero continuar durante muitos anos em Portugal.
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