"Pressão constante e permanente": Reinaldo Teixeira aborda o adiamento do Arouca-FC Porto
Presidente da Liga falou esta terça-feira sobre um tema que muito deu que falar. Jogo realizou-se ontem, segunda-feira, com triunfo dos dragões por 4-0
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Reinaldo Teixeira, presidente da Liga, abordou esta terça-feira a polémica em torno do adiamento do jogo entre Arouca e FC Porto, de domingo para segunda-feira passada, devido à realização da Feira das Colheitas.
"Primeiro pedir-vos desculpa por não ter falado, mas eu acho que não era simpático falar no dia do jogo, ou no dia em que se realizou o jogo. Dizer que a Liga se pronunciou logo após o comunicado do FC Porto. E dizer-vos que, sinceramente, peço-vos que fiquem com isso muito claro para vós e para todos aqueles que gostam de futebol, os adeptos, enfim, todos aqueles que andam nesta casa. Nós temos coisas aqui conscientes de que estamos a trazer para o bem de todos. Eu gostava que isso ficasse claro entre nós, que nunca haverá aqui uma decisão com a vontade de beneficiar ou prejudicar alguém, seja que seja qual for a sociedade desportiva. Ou seja, em resumo, dizer-vos que haverá sempre imparcialidade e não parcialidade, que fique claro. A nossa equipa, que represento, e eu sou responsável por tudo o que se passa, particularmente o que possa ser menos bem conseguido, até hoje não encontrámos nada que fosse mal feito. Nem encontrámos nada que fosse ilegal. Nem encontrámos nada que fosse contra os regulamentos. O que é que se passou? Marca-se o jogo para domingo, dia 28 de setembro, às 20h30. É o dia da Feira das Colheitas. Nós pensávamos que àquela hora já era possível fazer o jogo. Acontece que a Câmara Municipal de Arouca, a Proteção Civil, a pressão foi constante e permanente", afirmou.
"Realiza-se uma reunião na Câmara Municipal de Arouca. Na reunião está a nossa equipa, está a Câmara Municipal de Arouca, está a Proteção Civil, estão os bombeiros, a GNR e os representantes das sociedades desportivas. Nessa reunião, ficou claro que não há condições para o jogo ser realizado. As Sociedades Desportivas não chegam em entendimento de datas. O que é que diz a norma? Jogos adiados por falta de segurança devem-se realizar nas próximas 30 horas, ou na ausência do acordo entre as Sociedades Desportivas. Foi o que aconteceu", prosseguiu.
Reinaldo Teixeira voltou a apontar aos regulamentos. "Fomos ao princípio geral da norma. Não havendo entendimento entre as sociedades desportivas, fomos por aqui e marcámos o jogo para segunda-feira seguinte. No calendário das seis semanas, na primeira volta, digamos, do campeonato, a única data disponível que os clubes entenderam foi a 30 de outubro e, nessa mesma data, a distância entre jogos era igual a esta segunda-feira. Nessa data 30 outubro obrigava a mudar quatro jogos. Nesta de 29 de setembro obrigava a mudar o jogo Famalicão- Rio Ave e por imposição do acordo televisivo. Foi o que fizemos. Entretanto, o FC Porto reclama e a reclamação chega num dia em que temos 10 dias para responder, respondemos nas 5 horas seguintes. O FC Porto ficou com total autonomia para reclamar, protestar, o que fosse. Até hoje, estamos convencidos de que o que fizemos foi o que o regulamento permitiu fazer. Porque não trocaram a ordem para FC Porto-Arouca? O regulamento não permite. Porque não trocaram de estádio? O regulamento não permite. Não haverá medidas para prejudicar ou beneficiar qualquer sociedade desportiva. Há total humildade para perceber o que é necessário fazer para que cada vez mais a transparência das decisões seja inequívoca. Total abertura para trabalhar num regulamento para que esse regulamento seja transparente e claro", indicou, terminando sobre a relação atual com os dragões. "Está normal. No fundo, não tenho muito jeito para dizer que está tudo bem, quando, no fundo, não está. É legitimo que as pessoas discordem. Agora, provem que fizemos mal e estamos aqui para reconhecer e pedir desculpa."