Na hora do adeus, Fahd Moufi promete que será mais um a torcer como adepto, levando a mala cheia de boas memórias e com fortes laços de amizade. O lateral marroquino sublinha o grande orgulho que sentiu por ter sido capitão e confessa que recebeu propostas que "não podia recusar", embora não entre em detalhes sobre o futuro próximo.
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"Levo grandes memórias do Portimonense. Foram três épocas positivas, muitos jogos (96) e os objetivos sempre alcançados", diz Fahd Moufi, orgulhoso de um percurso que ainda o levou a ostentar a braçadeira de capitão. O lateral direito aproveita as páginas de O JOGO para se despedir de uma cidade que sempre o "tratou bem" e das pessoas que com ele conviveram tanto tempo. "É normal criares laços fortes, após três anos no topo. Desejo sucesso ao clube e serei mais um a torcer na pele de adepto", confessa o franco-marroquino.
Titularíssimo nas três épocas, o lateral foi o escolhido por Paulo Sérgio para render Pedro Sá - menos utilizado nesta campanha - nas funções de capitão. "Senti orgulho, claro, e alguma responsabilidade. O que fazes em campo, o deixar tudo lá dentro, acaba por ter a sua recompensa. Estou satisfeito também por isso. O míster passou essa mensagem, agradeci e acho que não deixei ninguém ficar mal."
A saída fora anunciada logo no princípio do ano, uma vez que Moufi, 27 anos, termina contrato, e, apesar de um pressing final da SAD dos algarvios, que lhe acenou com nova proposta, o jogador argumenta que "não podia recusar" os valores que lhe colocaram em cima da mesa. "O presidente Rodiney Sampaio, aliás, sabia das ofertas que recebi e compreendeu a situação." O Burnley foi desde cedo apontado como destino, inclusive por via de um pré-acordo, mas Moufi não entra em detalhes sobre o futuro próximo, que pode, até, sofrer um volte-face e não passar por Inglaterra, com emblemas franceses metidos ao barulho. O foco, agora, é a seleção de Marrocos, para a qual foi convocado para os jogos com Cabo Verde (particular) e África do Sul (oficial).
Voltando ao Portimonense, "conseguimos mais uma vez alcançar a permanência", o que "nem foi muito complicado, porque a equipa trabalhou bastante bem." Houve alturas de pior rendimento, reconhece Moufi, garantindo, no entanto, que estiveram "sempre tranquilos, sem stress, porque durante a semana os treinos davam boas indicações".
Duas vitórias de sabor especial
Entre a quase centena de jogos pelos algarvios (96, com dois golos e dez assistências), Moufi destaca a vitória sobre o Benfica (1-0), na época passada, na Luz, e a reviravolta operada com o V. Guimarães (2-1), em Portimão, nesta temporada, com o golo do triunfo a surgir perto do fim. "As memórias são todas muito boas, repito. Alinhei em grandes palcos, como o Dragão, Alvalade e a Luz, com os estádios cheios e um ambiente vibrante, algo que acaba por nos marcar. Considero mesmo que consegui fazer jogos de topo".