Pinto da Costa comentou a proposta de António Salvador para um pacto de silêncio acerca de arbitragem. "Pergunto se há algum presidente que se cale se, na sua própria casa, não for marcado um penálti do tamanho de uma super Torre dos Clérigos, como foi este", desafiou o presidente portista.
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As queixas de Pinto da Costa, esta segunda-feira, relativamente à arbitragem do FC Porto-Rio Ave, coincidem com uma intervenção de António Salvador, presidente do Braga, a propor um pacto de silêncio dos dirigentes neste capítulo, por uma época. Em declarações no Porto Canal, o presidente portista duvidou que o próprio autor da proposta se calasse em circunstâncias como aquelas com que a equipa de Sérgio Conceição foi confrontada, na última jornada. "Acho que era importante que não se falasse nada dos árbitros. Pergunto se há algum presidente que se cale se, na sua própria casa, não for marcado um penálti do tamanho de uma super Torre dos Clérigos, como foi este", questionou.
"Eu queria ver o senhor António Salvador, para o ano: se deixar de ganhar ou perder um jogo em que não lhe seja marcado um penálti destes, se está de acordo com esse pacto", desafiou Pinto da Costa, avesso a quaisquer limitações à liberdade de expressão: "Não falar dos árbitros? Encantado, acho muito bem! Agora, os árbitros não podem dar razão para que as pessoas falem. Repito, já dizia o saudoso Mário Soares: qualquer cidadão tem direito à indignação. Então, como é que se prova a indignação, se não se pode falar? Mas a liberdade de expressão, sem pôr em causa a seriedade das pessoas... já não se pode falar? Já não se pode criticar? Quer dizer, os governantes são criticados, quase que insultados, e não há problema nenhum; na Assembleia da República, pode-se criticar, às vezes ferozmente, muitas vezes com razão, muitas outras sem razão, e agora há uma classe de que não se pode falar, por mais erros que cometa? Era o que faltava! Então, temos de fazer outro 25 de Abril."
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