Pinto da Costa: aniversário de esperança renovada e com marca histórica à vista
Pinto da Costa faz anos com o FC Porto empatado com o Sporting na liderança. Nas outras duas vezes em que isso aconteceu, foi campeão nacional.
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Pinto da Costa comemora esta terça-feira 84 anos de idade e se a liderança no campeonato e a recente vitória categórica sobre o Benfica na Taça de Portugal são motivos para festejar, os últimos 365 dias não foram muitos felizes para o líder dos dragões, não só a nível desportivo como pessoal, já que viu partiu dois irmãos no último mês e meio.
Há precisamente um ano, Pinto da Costa foi ao Museu do clube receber a Supertaça Cândido de Oliveira, ganha uma semana antes ao Benfica, mas desde então não voltou a festejar títulos com o futebol. Contudo, há um bom presságio: sempre que festejou o aniversário com FC Porto empatado com o Sporting, foi campeão. Uma regra confirmar em maio.
Com quase metade da vida passada na presidência dos dragões, Pinto da Costa não é só o líder mais titulado e há mais tempo à frente de um clube em todo o mundo. Com a saída de Carlos Pereira do Marítimo, só Vítor Magalhães, do Moreirense, também leva mais de 20 anos à frente de um clube português [entre os que competem na Liga Bwin e apenas no Belenenses, por razões óbvias, foi usado o presidente da SAD], ainda assim, muito longe dos 39 anos que Pinto da Costa tem como presidente da direção do FC Porto. A maioria dos líderes dos outros clubes, como se pode ver na tabela ao lado, ainda andavam na escola quando os sócios portistas elegeram pela primeira vez o seu atual presidente, a 17 de abril de 1982.
Desde então, e esse período é quase metade de toda a sua vida, Pinto da Costa celebrou o aniversário no lugar mais alto da classificação em 29 vezes, sendo que em 19 dessas ocasiões foi como líder isolado. Este ano, já se sabe que os azuis e brancos partilham o primeiro lugar com o Sporting, algo que aconteceu apenas duas vezes desde 1982 e, como já dissemos, em ambas o FC Porto foi campeão (2017/18 e 1994/95).
De resto, no último ano de vida, noutras modalidades, Pinto da Costa viu o andebol manter a hegemonia, o basquetebol a perder, de forma polémica, o titulo no último segundo, o hóquei em patins a conquistar o único troféu internacional que lhe faltava - a Taça Intercontinental - o voleibol feminino a juntar o campeonato nacional à Supertaça e o ciclismo a ganhar a Volta a Portugal pela sexta vez consecutiva.
Com energia para continuar a luta
O último ano ficou, ainda, marcado por acontecimentos fora das quatro linhas. Em maio, o Estádio do Dragão foi alvo uma operação de buscas, dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) em articulação com a Polícia Judiciária (PJ), no âmbito da operação "covid-free", por causa de uma alegada viagem de avião, para o estrangeiro, de Nakajima. Mais recentemente, em novembro, o DCIAP voltou à Invicta para investigar o pagamento de comissões de "mais de 20 milhões de euros". As diligências de recolha de prova visavam investigar a suspeita de prática de crimes relacionados com transferências de jogadores de futebol e com circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios. Nem Pinto da Costa, nem qualquer elemento da estrutura do FC Porto foi constituído arguido e o presidente portista já reagiu de forma enérgica. "Transmitiram o recado de alguém que eu participava e dividia comissões. Eu desafiei-os a apresentar nas minhas contas ou nas contas de quem eles dizem que pagou as comissões um documento comprovativo disso. No dia em que me apresentarem, e não podem apresentar porque não existe, eu deixaria o FC Porto. Como isso não existe a não ser na cabeça de alguns, eu continuo no FC Porto", referiu num discurso, garantindo ainda que "sonha" ter tempo de "provar no sítio certo que a orquestração de certa comunicação social, de calúnia e mentira, para me afrontar, a mim, ao FC Porto e aos meus amigos."