Pepê fala de Cebolinha, Veron e William Gomes: "Que tenha um percurso muito melhor do que o meu"
Declarações do internacional brasileiro dos dragões em entrevista concedida à ESPN
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Farioli chegou ao FC Porto e disse logo nos primeiros dias que encontrou um Pepê com um "sorriso estampado". Que sorriso é esse? "[Risos] O meu? É o sorriso normal, o sorriso de sempre. Amo jogar futebol, amo estar dentro de campo, amo treinar. Viver isto tudo é incrível, é algo único. É tudo aquilo que sempre sonhei. Tenho que estar sempre com o sorriso no rosto, de orelha a orelha, porque fazer isto é muito importante para mim."
O melhor Pepê: "Acho que esta é a minha melhor temporada, é seguramente o meu melhor início de temporada. Vivi momentos incríveis no Grémio também, mas prefiro olhar para a frente. O que ficou para trás... ficou para trás. Sei que quero fazer a melhor temporada da minha vida. Olhar jogo a jogo, treino a treino. Evoluir sempre, todos os dias."
O que os adeptos do FC Porto diriam neste momento sobre o Pepê? "Que este é o Pepê que eles conhecem, o Pepê que os habituou a ter alegria. A entrega e a raça definem um "jogador à Porto". Nunca desistir, dar tudo dentro de campo."
Polivalência: "No início admito que achava estranho. Porque sempre joguei aberto na esquerda, era a minha posição de origem, mas depois acabou por ser muito bom e muito importante. Consegui entender mais e melhor o jogo, de outras formas e perspetivas. Houve uma evolução na minha leitura de jogo."
A melhor versão do Pepê é para ser jogador de seleção? "Já tive o privilégio de jogar na seleção brasileira. É um sentimento incrível. Sei bem o que é preciso para estar lá, consequentemente sei que preciso de estar no meu mais alto nível. Sendo assim, acho que preciso de ser ainda melhor para voltar à seleção. Quem sabe um dia?"
Houve possibilidade de jogar pela seleção do Paraguai? "Sim, surgiram algumas situações, mas desde pequeno sempre tive o sonho de vestir a camisola da seleção brasileira. A família do lado da minha mãe é do Paraguai, nasci na fronteira, sou de Foz do Iguaçu, no Paraná, então sempre existiu essa forte ligação."
O William Gomes é o seu Galeno 2.0? "[Risos] Galeno? Pode ser. O William é um jogador incrível, um menino muito dedicado, que tem uma ambição espetacular. Acho que ele tem muito a evoluir aqui, tem muito a aprender no futebol. Está sempre bem disposto, pronto para aprender e trabalhar. Se a dedicação continuar, quem sabe pode ser um fenómeno no FC Porto."
Pepê é o melhor espelho para ele? "Tento ajudar bastante o William. Espero que tenha um percurso muito melhor do que o meu."
Gabriel Veron não teve o mesmo sucesso. O que faltou? "Acho que as lesões o atrapalharam muito. Quando estava estável e pronto para ter um bom nível, o Gabriel acabava por sofrer outra lesão. Tentei ajudar também, claro. Ele era um jogador incrível, tinha uma força absurda, uma velocidade absurda também. Tinha tudo para ser um jogador de alto nível mundial, mas infelizmente as lesões travaram isso."
Por que Everton Cebolinha não teve sucesso no Benfica? "É complicado falar sobre isso, porque trocar o futebol sul-americano pelo futebol português acaba por ser uma grande mudança. Eu, inclusive, falo bastante sobre isso com o William Gomes. Os primeiros seis meses em Portugal são complicados. É o ritmo de jogo, é a parte tática, entre outros pontos. Tudo tem peso. No meu início aqui, tive o prazer de ter ao meu lado o Luiz Díaz, que era o dono da posição. Aprendi muito com ele e tive tempo, isto facilitou bastante no meu processo de adaptação. O Cebolinha chegou ao Benfica e não teve muito tempo para se adaptar. Chegou e teve logo de jogar, o que muitas vezes tem um impacto negativo na progressão."