Conceição olha para o brasileiro como alternativa a Luis Díaz. Agora conta com dois jogadores de desequilíbrio.
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É evidente que Pepê terá de aprender e mostrar muito até se transformar numa referência do FC Porto, mas não é menos verdade que o brasileiro tem qualidade técnica que lhe permite chamar imediatamente a atenção.
Os primeiros treinos no Olival têm convencido a estrutura e os colegas, pelo menos do ponto de vista do desequilíbrio que o brasileiro pode provocar. Os primeiros treinos impressionaram...
Sérgio Conceição começou com o ex-Grémio à esquerda, apurou O JOGO. Foi logo ao segundo dia de trabalho que o brasileiro se começou a familiarizar com a dinâmica que o treinador pretende. E Pepê terá gostado de saber que Conceição pensa nele para a faixa em que mais vezes alinhava no Brasil. Em 2020, Pepê passou pela direita apenas em dez jogos e, na larga maioria deles, apenas por alguns minutos. Não marcou qualquer golo nem assistiu. Pelo contrário, na esquerda, foi muito mais feliz: 15 golos e oito assistências. Será ele o concorrente direto de Luis Díaz, até porque a continuidade de Corona no plantel não é certa e Otávio tem sido também opção para a direita e para o meio.
Com Pepê, Sérgio ganha dimensão no 1x1 e naquele que o treinador definiu como sexto momento do jogo, a criatividade individual que permite resolver jogos. Díaz começou muito bem a época, mas apagou-se na segunda metade e nenhum dos jogadores que pisou a esquerda tinha características semelhantes. Pepê não é tão explosivo como o futuro companheiro, mas é igualmente desequilibrador e um colecionador de golos e passes para o mesmo efeito.
Nos próximos tempos, o reforço será sujeito a um processo intenso de aprendizagem, algo que os jogos de preparação vão reforçar. O processo defensivo é sempre determinante para Sérgio Conceição e o brasileiro entenderá em breve que só terá margem para se mostrar se entender e entrar na dinâmica do coletivo. Sérgio é paciente. O próprio Díaz que o diga. Mas também Taremi, talvez o melhor exemplo que resulta de 2020/21. Nessa altura, os adeptos reclamavam a titularidade do iraniano, mas o técnico adiou até o sentir completamente integrado. Depois de entrar no onze, não voltou a sair. E terminou como goleador máximo da equipa.