Pepa, treinador do Vitória de Guimarães, em conferência de Imprensa de antevisão ao jogo com o Tondela, agendado para as 18h00 de sábado.
Corpo do artigo
Objetivo no jogo com o Tondela: "Objetivo com Tondela será vencer dando continuidade àquilo que em grande parte se viu no segundo tempo do jogo com o Paços de Ferreira. Objetivo é sempre vencer seja onde e contra quem for."
Paços de Ferreira: "Nós tivemos uma entrada muito forte no jogo, até aos 20 minutos: dominámos, criámos oportunidades, jogámos muito e, principalmente, na maior parte do tempo, no meio-campo do Paços de Ferreira. Nem tudo foi mau, pelo contrário. Tivemos ali, realmente, depois, 15 minutos em que deixámos de dominar. Agora, a segunda parte foi muito mais avassaladora, com isso concordo. Mas, a primeira parte não foi negativa.
Mas, isso é um jogo diferente, já está para trás, foi num contexto diferente o nosso foco já está em dar continuidade não só à questão da segunda parte, mas, acima de tudo, aos três pontos e a uma exibição que não oscilou muito. Tivemos ali 15/20 minutos em que não dominámos o jogo, mas queremos estender esse domínio por mais tempo, sabendo que vamos encontrar uma equipa muito organizada."
Consistência: "Vai ser um bom jogo e nós queremos dar continuidade a esse tipo de consistência e confiança, embora a confiança tenha de estar sempre presente, e a única forma de o fazer são as vitórias consecutivas, e essas conseguem-se no campo. Não vale a pena estar a pensar na terceira se não ganharmos a segunda e essa é a mais importante, que é amanhã. Esse é o nosso foco total: nos três pontos, sabendo que vamos encontrar uma equipa que, como já disse, além de ser muito competitiva, tem um jogo a menos. Está a fazer um campeonato tranquilo, fruto da tal estabilidade da equipa técnica, como do conhecimento dos jogadores. Vai ser um jogo muito competitivo."
Tondela pode aparecer limitado por ter treinado em isolamento? "Mais do que estar a dar exemplos de outros, o melhor é falar na primeira pessoa. Se estivéssemos há 20 anos, sinceramente, notava-se a diferença. Eu também joguei e, quando parava 15 dias... Agora, não é o caso. Lembro-me que, no ano passado, a primeira jornada do Sporting, com o Gil Vicente, foi adiada e o primeiro jogo do Sporting foi em Paços de Ferreira e não se notou nada. Hoje em dia, há muita forma de darmos continuidade ao trabalho. Agora, se me perguntar: preferimos sempre estar no campo, sem dúvida, mas coisas que, embora difíceis, ao mesmo tempo são fáceis de ultrapassar. Acima de tudo, há que saber lidar com isto, que toca à equipa A, à equipa B, C; a jogadores de forma individual, coletiva, e temos de saber lidar com isso. Sendo muito sintético e voltando à pergunta que me fez: não vejo limitação nenhuma. Pelo contrário, é uma equipa que se vai agarrar à sua organização, à qualidade que tem, ao conhecimento da equipa técnica que transitou da época passada. Não vejo limitação alguma. É uma equipa que até tem sido feliz aqui e nós queremos muito dar continuidade à vitória da jornada passada e fazer um grande jogo."
Ressurgimento deste contexto preocupa-o? "Estamos preparados. Estamos preparados e temos de estar, ponto final. É o que é. Aliás, até lhes digo que somos uns sortudos, uns felizardos porque, no momento mais crítico, fomos a primeira atividade a poder trabalhar - aí foi muito mais difícil, com uma frequência de jogos incrível, com treinos por grupos, com coisas pelas quais muitos de nós que andamos no futebol nunca imaginámos passar... e passámos, e estamos aqui. Temos de saber lidar com isso. Já passámos por coisas bem piores, todos nós, uns mais do que outros, mas todos passámos. Espero que não [aconteça], mas, quando surgirem aqui casos temos de estar preparados para isso."
Calendário ajuda a correr para a Europa: "O nosso alento é no dia a dia. Isto não é fugir à questão: se formos olhar para o calendário, estamos a cometer erros graves. Muito graves, mesmo. Nós olhamos para o adversário, que é o Tondela, e olhamos, acima de tudo, para a preparação do jogo. Isso é o mais importante: é o dia-a-dia. Queremos ganhar sempre, queremos colocar o clube onde sabemos que merece e deve estar, mas isso não é a olhar para a frente e para o calendário, porque todas as equipas são competitivas. É muito difícil ganhar, nesta liga; digo-o eu e os colegas, é muito competitivo, muito complicado, e nós temos de nos agarrar sempre ao melhor Vitória, independentemente do calendário."
Tondela: "Conseguiu manter o treinador da época passada, tem os processos bem definidos, é muito equipa muito compacta, bem organizada, que sai com muito critério, também; que não só consegue como gosta de ter bola. É uma equipa que se organiza muito bem com pouco espaço entre linhas, temos de ter uma circulação rápida e simples, muita presença na área. Lembro-me de algumas ocasiões de golo do Rafa, por exemplo, já dentro da área. Há que dar continuidade a esse tipo de situações de volume ofensivo e presença na área e em zonas altas e subidas. É traduzir esse volume ofensivo e golos e vitórias, que é o que nós queremos."
Jogo ideal para testar dois pontas-de-lança, já que responderam muito bem em Paços de Ferreira? "Não é a primeira vez que, quando o Bruno [Duarte] está com o Óscar [Estupiñán], o entendimento é bom, positivo. Isso é bom para nós. É sempre uma opção muito válida. Agora, há aqui coisas que nos limitam, também: jogando com os dois, ficamos sem ponta-de-lança no banco e isso obriga-nos a refletir muito. Podemos dizer que é um plano B que está assimilado e quanto mais for utilizado em treino e jogo, melhor preparado ficará.
É uma opção muito válida, sendo que, nos prós e nos contras, temos esse contra de o Herculano estar lesionado e não termos mais nenhum ponta-de-lança."