Pedro Campos, do Vila Meã, é o pretendido para o comando técnico do Varzim

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Pedro Campos, atual técnico do Vila Meã, poderá ser o novo treinador do Varzim, substituindo Álvaro Madureira, que foi demitido a quatro jornadas do final da primeira fase da Liga 3 com os poveiros no quinto lugar. Integrado na equipa técnica de Vítor Paneira, Pedro Campos, de 33 anos, trabalhou como adjunto no Varzim na época passada, assumindo na atual temporada, pela primeira vez na carreira, a função de técnico principal, com destaque ao serviço do Vila Meã, já que atingiu os oitavos de final da Taça de Portugal e está, nesta altura, no terceiro lugar da Série B do Campeonato de Portugal.

O presidente do clube, Ricardo Nunes, à margem das comemorações do 110º. aniversário do Varzim, não confirmou o novo treinador, mas explicou que esta era "a altura ideal para quebrar o ciclo" com Álvaro Madureira, garantindo que no próximo treino, domingo, a equipa já terá o novo técnico. "A época tem ficado aquém das expetativas, principalmente pelo que fizemos na temporada passada. Há potencial para termos mais qualidade de jogo e melhores resultados", disse Ricardo Nunes, assumindo "todas as responsabilidades" de um eventual "fracasso desportivo". "O calendário é difícil nas últimas quatro jornadas com três jogos fora, mas temos muita confiança no grupo e no revigorar de uma nova mentalidade, para termos mais espírito competitivo e, se calhar, entrar mais na cabeça dos jogadores", afirmou o líder dos lobos do mar, reconhecendo que se o Varzim não ficar nos quatro primeiros será "um grande rombo nas ambições". "Ninguém quer ganhar mais do que eu, mas não nos podemos esquecer de onde vimos. Não se passa dos cuidados intensivos para a enfermaria sem passar nos cuidados intermédios. Assumi que o objetivo era a subida e se isso não acontecer, assumo a responsabilidade", concluiu.

PER é vital para o futuro

Ricardo Nunes falou ainda do Processo Especial de Revitalização (PER) que está em curso: "Todos os aniversários são um sinal de vitalidade de um clube que tem passado por muita turbulência nos últimos 20 anos. Acredito que podemos estar muito perto de resolver as incertezas em relação ao futuro e 2026 será um ano muito importante para o clube a nível financeiro. A resolução do PER é vital para liquidarmos as dívidas com os credores. Tivemos uma reunião com a nova presidente da autarquia e demos continuidade ao processo para a venda dos terrenos do campo de treinos, sendo provável que tudo fique concluído no primeiro semestre de 2026. A vida do Varzim depende disto e é uma responsabilidade muito grande".

SAD será equacionada

"Desde que assumimos o Varzim, há cerca de um ano e meio, o nosso foco passou por trazer credibilidade e estabilidade para reestruturar o clube financeiramente. Acho que isso estar a conseguido, mesmo sabendo que as dificuldades são muitas e que dirigir o Varzim é uma luta diária para se conseguir cumprir com todas as obrigações. O Varzim tem um orçamento feito em função das suas receitas e se alguma delas falhar por algum motivo, é complicado. Até se resolver a questão do PER, porque o Varzim sem dívidas terá muito mais poder negocial e será mais apetecível para eventuais investidores, o assunto da SAD não se coloca. A nossa preocupação foi sempre resolver o PER e o colocar as dívidas a zero, mas não podemos descurar o futuro e não temos a mínima dúvida, enquanto Direção, que o caminho poderá passar pela entrada de um investidor credível e pessoas com ideias semelhantes às nossas e de todos os varzinistas para o projeto do clube. Mas isso é algo que, a seu tempo, será proposto aos sócios que depois terão o poder de dizer sim ou não, sendo importante dizer que esta questão da SAD não é de vida ou de morte para o clube. Neste momento, a entrada de um investidor servirá para melhorar o Varzim, que tem condições muito deficitárias ao nível do seu estádio e das infraestruturas, e principalmente para a concretização do sonho de termos a nossa Academia nos terrenos que o clube adquiriu no Parque da Cidade. A questão do investidor e da SAD logicamente que nos trará maior liquidez para o dia a dia do clube e para o melhoramento das suas infraestruturas, nunca para fazer um ultimato aos sócios dizendo que é a vida do clube que está em risco, tornando, ao mesmo tempo, o Varzim menos dependente da entidade camarária e para conseguir receitas extraordinárias. Não há nomes de investidores em cima da mesa e ainda estamos numa fase de análise. Criámos um grupo com pessoas especializadas para termos uma ideia do que pretendemos juridicamente e como tudo se irá desenrolar no dia a dia do clube. É um projeto que pode vir a acrescentar muito ao Varzim, mas serão sempre os sócios a decidir".