<em><strong>ENTREVISTA, PARTE II -</strong> </em>Paulo Assunção tem em Pepe um amigo de longa data que nem a rivalidade em Madrid afetou. Gustavo também admira o central do FC Porto e amanhã é bem provável que troquem camisolas.
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Paulo Assunção e Pepe jogaram juntos no FC Porto de 2005 a 2007. Depois, o central mudou-se para o Real Madrid e o médio para o Atlético. Apesar da rivalidade em Espanha, a amizade manteve-se. Em entrevista a O JOGO, Gustavo já havia contado que se iria apresentar ao central portista como filho do amigo. Afinal, foi Paulo que mandou.
O Gustavo vai encontrar o Pepe, um dos grandes amigos do Paulo Assunção...
-Sim, joguei muito tempo com o Pepe. Vai ser engraçado o Gustavo jogar contra ele, até porque ele foi a um aniversário do meu filho. O Gustavo era pequeno, mas lembra-se disso. Há uns dias disse-me: "Pai, vou jogar contra o Pepe." Respondi-lhe que seria espetacular e ele perguntou-me se achava que o Pepe se iria lembrar dele. Respondi-lhe que sim, mas que, se tal não acontecesse, teria de lhe dizer que é filho do Paulo Assunção. Acredito que no final do jogo vão trocar de camisola, porque o Pepe é boa pessoa e temos um grande carinho pelo ele e pela carreira que fez.
O Paulo Assunção e o Pepe eram adversários em Madrid. Essa convivência era possível?
-Sim, sim. Quando jogávamos, era jogo duro, mas depois de terminar o jogo ficávamos a conversar e às vezes íamos tomar café.
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Além do Pepe, quais foram os outros jogadores que o marcaram?
-Fiz grandes amigos, como Pedro Emanuel, Pepe, Bosingwa, Ricardo Costa, Helton, Jorginho, Alan, Lucho, Lisandro, e não me posso esquecer do Bruno Alves, que é como um irmão. Nos estágios, ficávamos sempre juntos, éramos como uma família. Tenho saudades desses tempos e tenho grandes recordações do clube.
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Saudades do tempo que passou no FC Porto?
-Sim, porque o FC Porto foi o clube que me abriu a porta da Europa, consegui muitos títulos e fiz grandes amigos. Treinávamos muito e bem, além de que éramos muito unidos. Estávamos sempre juntos e foi assim que conquistámos muitos títulos. Queríamos era ser campeões, ninguém queria destacar-se individualmente. Eu jogava a trinco e, quando recuperava a bola, entregava-a ao Lucho, para depois ele deixar o Postiga na cara do guarda-redes. Ficava um ano sem marcar, mas, se o Lisandro fizesse um golo, eu ficava feliz. Tínhamos uma vontade enorme de ganhar e, quando perdíamos, nem conseguia dormir. Aprendi muitas coisas que passei para o meu filho, para ele respeitar o próximo e para trabalhar sempre bem.
Curiosidades
Três dos quatro filhos jogam no Famalicão
Paulo Assunção tem quatro filhos e três jogam futebol. Mikaela, de 10 anos, é a única que não joga. Já os irmãos, Gustavo (19 anos), João Vítor (15) e Pedro Emanuel (7), jogam todos no Famalicão. O segundo dos filhos é utilizado em qualquer posição do sector defensivo ou no meio-campo. O mais novo, curiosamente, é o único esquerdino da família.
Pedro Emanuel em nome do amigo
Pedro Emanuel é o mais novo dos filhos de Paulo Assunção e o nome diz tudo. "Quando a minha esposa ficou grávida da Mikaela, que agora tem 10 anos, conversei com o Pedro Emanuel e disse-lhe que, se tivesse um filho, iria dar-lhe o nome de Pedro Emanuel. O meu filho nasceu em Madrid, mas dei-lhe na mesma o nome do meu amigo Pedro Emanuel", conta o antigo médio.
Viagem longa com um pão na mão
Apesar de viver uma vida financeiramente desafogada, Paulo Assunção não esquece as origens e as dificuldades que passou, transmitindo isso mesmo aos filhos. O antigo médio tem bem presente na memória os tempos em que jogava descalço e lembra-se bem da viagem de 1300 quilómetros que teve de fazer até São Paulo para treinar no Palmeiras apenas com um pão na mão.
Reprovou porque era magrinho
Natural de Cuiabá, no estado do Mato Grosso, Paulo Assunção começou a jogar tarde. Foi fazer testes a um clube da cidade que o viu nascer, o Operário, mas foi reprovado. "Disseram que eu era magrinho e não fiquei", conta, recordando que depois disso foi fazer testes ao Palmeiras e foi aprovado.
Mãe cobra mais mas percebe de bola
Apesar de gostar de estar perto dos filhos e de acompanhar jogos e treinos, Paulo Assunção nem é o mais crítico da família. "A mãe cobra mais", revela o antigo jogador, admitindo que a esposa percebe de bola.
Veja aqui a primeira parte da entrevista a Paulo Assunção:
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