ENTREVISTA - Apesar de o FC Porto ter perdido alguns titulares, Paulo Assunção destaca a qualidade dos reforços e lembra que o clube continua a ter no presidente uma peça fundamental
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É indesmentível o carinho que Paulo Assunção tem pelo FC Porto. Por isso mesmo, não se cansa de lembrar que foi o clube que lhe abriu as portas da Europa e que lhe proporcionou depois o salto para o Atlético de Madrid. Gostou tanto que manteve a residência que comprou em Vila Nova de Gaia. Para voltar sempre que quisesse, talvez mesmo para um dia ficar de vez.
O antigo médio continua a seguir com atenção a carreira dos dragões. Fala das saídas de alguns jogadores importantes, como Casillas, Éder Militão, Felipe, Herrera e Brahimi, mas ao mesmo tempo elogia as contratações de jogadores que se impuseram com facilidade, como o argentino Marchesín e os colombianos Uribe e Luis Díaz.
O seu FC Porto é muito diferente do atual?
O futebol é diferente, mas o FC Porto nunca perde aquele jeito de lutar sempre para ser campeão. Isso nunca muda. E não muda porque o presidente Pinto da Costa continua no clube. Não vejo o FC Porto sem ele. É uma figura tão forte que faz com que o FC Porto continue igualmente forte.
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"FC Porto perdeu grandes jogadores, mas contratou bem e não ficou a perder"
O FC Porto perdeu algumas figuras importantes, como Felipe, Éder Militão, Herrera e Brahimi. Os reforços estão à altura?
Sim, o FC Porto conseguiu bons reforços. Perdeu grandes jogadores, um deles o Casillas, que ganhou tudo, e qualquer clube gostava de ter um guarda-redes como ele. Mas o FC Porto contratou o Marchesín e manteve o nível. É um sinal de que o clube fez grandes contratações e que não ficou a perder. O Marchesín está a mostrar valor. Aliás, se os reforços foram contratados pelo FC Porto é porque têm qualidade; podem não render tudo de início, mas com o decorrer dos jogos vão ganhar confiança.
Está surpreendido com o rendimento de Uribe?
O Uribe é um jogador que tem muita força, mas destaca-se igualmente pela habilidade que tem. É um jogador interessante e um bom reforço para o FC Porto. Ele vai crescer com o decorrer do campeonato e ganhar experiência na Liga Europa.
"O Marchesín manteve o nível do Casillas. Está a mostrar valor"
Há algum jogador semelhante ao que era o Paulo Assunção?
O futebol mudou muito. Na minha altura havia o número 6, que carregava o piano. Agora joga-se mais em 4x3x3 ou 4x4x2, os médios estão muito juntos e o espaço é mais reduzido. Gosto, por exemplo, de ver o Casemiro [Real Madrid] a jogar. Ele esteve no FC Porto, jogou muito bem, voltou ao Real e está na seleção do Brasil.
Como tem visto o trabalho de Sérgio Conceição?
Foi um grande jogador e está a trabalhar muito bem. Já mostrou que tem condições para treinar um clube grande.
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Pizzi também na memória pela positiva
Paulo Assunção e Pizzi jogaram juntos duas épocas, primeiro no Atlético de Madrid, em 2011/12, depois no Corunha, em 2012/13. O antigo médio admite que não ficou surpreendido com o crescimento do agora médio do Benfica. "Conheci o Pizzi quando ele era muito novo. Quando estávamos no Atlético de Madrid, ele já mostrava que tinha muita qualidade; nessa altura, já demonstrava que tinha condições para jogar num grande clube. O que ele está a fazer no Benfica não me surpreende", admite o antigo jogador do FC Porto e dos colchoneros, destacando a qualidade que Pizzi já evidenciava. "No Atlético de Madrid, era jovem, mas já mostrava muita personalidade e assumia as bolas paradas. Até comentava com o Simão e com o Diego Forlán que o Pizzi seria jogador da seleção de Portugal", recorda.