Paulinho vive feliz no Atlético: "Já tenho 32 anos, não posso andar para cima e para baixo..."
Paulinho faz um balanço positivo da época em termos coletivos e pessoais, destacando a sua evolução como jogador
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Paulinho vive dias felizes no Atlético. A cumprir a segunda época no histórico emblema da Tapadinha, o lateral-direito leva já duas assistências para golo, uma delas na última jornada e decisiva para a vitória por 1-0 sobre o União de Santarém. Em conversa com O JOGO, o defesa de 32 anos falou sobre os objetivos dos lisboetas para a temporada e também analisou a Liga 3, um campeonato “muito competitivo”.
Que balanço faz da temporada até agora?
-O balanço que faço é positivo, estamos no segundo lugar e queremos continuar por aqui. Mas temos de continuar a trabalhar, sabemos que o campeonato é muito longo e competitivo. A segunda volta é mais difícil do que a primeira, porque as equipas já se conhecem melhor. Individualmente, estou a crescer. De jogo para jogo sinto-me mais confiante, mais soltinho e preparado para ajudar a equipa.
O objetivo do Atlético passa pela subida à II Liga?
-Ninguém esconde que o objetivo do Atlético é a permanência. Se ficarmos nos quatro primeiros nesta primeira fase, essa meta é alcançada. É isso que procuramos. Como jogador deste clube, tenho de confessar que seria bonito para o grupo e para o Atlético conseguirmos a subida de divisão, mas não podemos pensar nisso já. Precisamos é de garantir agora um lugar na próxima fase.
Fez duas assistências, contra o 1.º Dezembro e União de Santarém. Tem alguma meta definida na contribuição para golos?
-Assumo-me como um jogador de equipa. Se puder contribuir com passes para golo, é óbvio que fico feliz e realizado. E também gosto que os outros estejam felizes, mas isto é jogo a jogo. Se em todos as jornadas puder contribuir com uma assistência, será uma meta única e especial para mim.
Que tipo de lateral-direito é você?
-Não podemos esquecer que já tenho 32 anos, não posso andar para cima e para baixo como fazia. Mas, mesmo assim, penso que continuo a ser um lateral rápido, que defende bem e gosta de jogar. Também tenho boa visão de jogo e capacidade técnica.
Quais foram as características que mudaram com a idade?
-O que mudou, acima de tudo, foi a experiência que tenho e a forma como vejo o jogo. Já consigo perceber quando tenho de apoiar a equipa no ataque. Antes, pensava em estar lá à frente e descompensava atrás. Sou um jogador mais experiente e com uma visão de jogo diferente da que tinha. Sinto-me mais jogador.
Depois de uma longa ligação ao Real, juntou-se ao Atlético na época passada. O que o levou a escolher este clube?
-Foi o projeto que me apresentaram e também por ser um histórico. O clube quer estabilizar-se na Liga 3. No ano passado fizemos uma grande época, dentro das nossas possibilidades, claro, e garantimos a permanência rapidamente. Esta temporada também queremos alcançar esse objetivo o mais depressa possível.
Esta época, tem como treinador Nikola Popovic. Já o conhecia?
-Tenho de confessar que não. Quando soube que vinha para cá, fui pesquisar e vi que tinha um currículo interessante. É um treinador que tem uma ideia de jogo que passa por um futebol apoiado e tenho aprendido muito a jogar curto. Não é só ter aquela vontade de bater na frente. Esta foi a ideia que o míster idealizou para esta época e penso que está a ter sucesso. A equipa joga bem, tem um futebol bonito e cativa quem está dentro de campo, bem como o público nas bancadas.
Já leva vários anos a jogar neste escalão. Qual o segredo para uma equipa ter sucesso na Liga 3?
-O segredo é defender bem. As defesas ganham campeonatos, por isso as equipas têm de começar por defender bem.
Sente que este campeonato é tão competitivo como a II Liga?
-Sem dúvida que sim. A diferença que temos é o pormenor. Se calhar, na II Liga não se pode falhar tanto, porque os jogadores definem melhor os lances. Na Liga 3, se falharmos um ou dois lances, não dá em nada. No que diz respeito à intensidade, não vejo grande diferença entre os dois escalões, até porque conseguimos igualar o ritmo quando jogamos contra equipas de divisões superiores na Taça de Portugal.
Cancelo é ídolo numa Seleção com “os melhores laterais do mundo”
Quando a conversa abordou as referências que tem para a sua posição, Paulinho não hesita. “O João Cancelo! É um jogador que dá muito à equipa e aprendeu a defender melhor. É um lateral completo”, aponta o camisola 31 do Atlético, elogiando as várias opções disponíveis para a Seleção Nacional nesta zona do terreno. Há Diogo Dalot, Nélson Semedo e Geovany Quenda, além do seu ídolo, claro: “Neste momento, penso que Portugal tem os melhores laterais do mundo.” Durante a formação, Paulinho passou pelo Benfica, mas acabou por não vingar. “Estive lá desde as escolinhas até aos juvenis, mas depois decidiram que não queriam ficar comigo. Tive de procurar um caminho diferente”, recorda o defesa que acabou por concluir a formação nos Pescadores, Estrela da Amadora e Real.