As empresas que investem no emblema da águia quiseram saber ao pormenor o que se passa com os processos dos emails e e-Toupeira, por receio de que tenham consequências para a sua própria marca
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Uma das consequências que se podem tirar dos processos em que o Benfica foi envolvido nos últimos meses, e para além da maior exposição mediática, com potencial reflexo na sua imagem, tem a ver com a preocupação evidenciada por vários patrocinadores dos encarnados. Ao que O JOGO apurou, Luís Filipe Vieira viu-se na contingência de se reunir com vários parceiros comerciais das águias para dar justificações sobre, nomeadamente, os casos dos emails e e-Toupeira (o assessor jurídico Paulo Gonçalves é arguido), além da operação Lex, na qual o líder encarnado foi constituído arguido.
O universo dos principais patrocinadores do Benfica - onde constam, entre outros, Emirates, Sagres, Coca-Cola, NOS e Huawei - quis ouvir explicações sobre tudo o que tem vindo a público, sobre a responsabilidade do Benfica em cada processo e as soluções pensadas para proteger a marca do clube e, por inerência, os seus investidores. Na prática, estes demonstraram a Luís Filipe Vieira a sua preocupação pelo ricochete que pode resultar na desvalorização da própria marca dos parceiros comerciais.
Sobre este tema, e já depois de, na última semana, o vice-presidente Nuno Gaioso ter reconhecido que os processos em investigação causam um ruído que "criou um problema reputacional", ontem foi a vez de Domingos Soares Oliveira referir, após a sua participação numa conferência internacional sobre marketing desportivo, que estes casos obrigam os encarnados "a comunicar mais com os sócios e com os parceiros financeiros e comerciais". "Sim, há um impacto, mas estamos a gerir a situação", disse, avançando que está a ser feita uma avaliação sobre as consequências das polémicas. "Tudo o que possa afetar a marca é algo que estudamos em permanência e temos uma equipa a trabalhar nisso. Seria uma surpresa se não estivéssemos a fazer esse levantamento", realçou.
O administrador da SAD tentou demonstrar tranquilidade em termos públicos, anunciando a proximidade de um acordo para um longo contrato de patrocínio (ver caixa), mas, na Luz, o trabalho agora passa por segurar patrocinadores e evitar a negociação em baixa de futuras renovações, dando respostas que satisfaçam inequivocamente quem investe nas águias.
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