Pandemia obriga a ausência competitiva a rondar os três meses, nunca vivida por grande parte do plantel da Luz.
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A Liga interrompeu a competição a 12 de março, considerando não estarem reunidas as condições para prosseguir a prova face ao surto da covid-19. Entretanto, já se passou mais de um mês e a previsão é que a prova seja retomada apenas no início de junho. Ou seja, uma paragem de quase três meses inédita para grande parte do plantel encarnado.
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Até ao momento, dos 25 jogadores que trabalhavam às ordens de Bruno Lage no Seixal, apenas sete, por diversos motivos, já foram obrigados a ficar ausentes da alta competição durante o período estimado. André Almeida, Grimaldo, Weigl, David Tavares e Rafa experimentaram o amargo sabor da ausência por motivos físicos, enquanto no caso de Taarabt e Dyego Sousa tal deveu-se a motivos disciplinares. Ou seja, sobram 18 futebolistas que vivem nesta altura uma experiência pela qual nunca antes tinham passado.
Vlachodimos, Svilar, Zlobin, Tomás Tavares, Rúben Dias, Ferro, Jardel, Nuno Tavares, Samaris, Florentino, Gabriel, Pizzi, Chiquinho, Jota, Cervi, Zivkovic, Seferovic e Carlos Vinícius são aqueles que passam por uma situação inédita - deste lote já foram dez os que apresentaram problemas físicos em 2019/20, mas de curto prazo -, sendo que deste grupo de atletas há quem tenha "aproveitado" este período para recuperar de problemas físicos, como Jardel e Seferovic, que já estão aptos - o central superou a rotura do ligamento lateral interno do joelho direito em cerca de dois meses -, Zlobin (está na fase final da recuperação a um traumatismo na mão direita) ou Gabriel.
Casos ao pormenor
André Almeida, que também fazia parte do boletim clínico aquando da paragem está já pronto a jogar, mas já enfrentou uma paragem maior, pois terminou 2018/19 com queixas físicas, as quais foi obrigado a debelar nas férias e durante o início da época, pelo que só foi convocado por Bruno Lage mais de três meses depois da última partida disputada, voltando para o duelo com o FC Porto, a 24 de agosto.
À esquerda, Grimaldo, que é nas principais ligas da Europa o jogador de campo com mais jogos consecutivos, tem um passado marcado por problemas físicos. Em 2016/17, nas águias, chegou a estar fora por cinco meses devido a pubalgia, tendo mesmo sido operado. Já Weigl, esteve cerca de três meses afastado por lesão no Dortmund, devido a uma entorse num tornozelo, beneficiando do facto de a lesão sofrida ter sido no final de 2017/18, recuperando assim nas férias e estando apto no final de agosto.
O lateral Grimaldo ficou cinco meses sem poder competir em 2016/17 devido a pubalgia, tendo mesmo sido operado para debelar a situação
Aposta de Rui Vitória para 2018/19, David Tavares lesionou-se logo no início da pré-época - sofreu uma rotura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo - e só voltou à competição em março, tempo suficiente para ganhar algum espaço nas contas de Lage para esta temporada. Quanto a Rafa, o extremo esteve longe dos relvados esta temporada durante 82 dias, devido a uma desinserção do tendão médio adutor à esquerda, naquele que foi o seu maior tempo de paragem.
Por questões disciplinares, mas diferentes, Taarabt e Dyego Sousa também já passaram por longas ausências. O médio foi castigado na Luz depois de declarações polémicas em relação ao seu ordenado e ficou sem jogar na primeira metade de 2016/17, sendo emprestado em janeiro ao Génova. Viria entretanto a ser "recuperado" por Bruno Lage, que ficou agradado com o seu rendimento nos treinos dos bês em 2018/19, sendo agora peça importante na equipa. Dyego Sousa, por sua vez, esteve seis meses suspenso devido a agressão a um árbitro auxiliar na pré-época de 2016/17, cumprindo grande parte do castigo no final dessa temporada.