A O JOGO, o representante do agora futebolista do Espanhol garante que o insucesso na Luz "não foi um problema mental" e que a falta de oportunidades foi determinante para voltar ao seu país.
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Contratação sonante do Benfica no início da época, fruto dos 20 milhões de euros pagos ao Real Madrid, Raúl de Tomás deixou a Luz ao fim de apenas meia época, com três golos em 1042 minutos disputados, divididos por 17 partidas.
Empresário frisa que o avançado "estava pronto" para as águias
Sem conseguir corresponder às expectativas encarnadas, o avançado voltou ao seu país e depressa se reencontrou com os golos: fez cinco em 569' no Espanhol. "Este é o verdadeiro De Tomás? Sim, esteve muito bem no Espanhol até à interrupção das provas. Estava a jogar e a marcar golos. É uma pena que não tenha conseguido fazê-lo no Benfica, era a sua expectativa e desejo, mas agora está bem", frisa Ginés Carvajal, empresário do atacante, a O JOGO.
Apesar de ter começado a época como titular, De Tomás não se encontrou com os golos e perdeu a corrida para a concorrência. Ginés Carvajal recusa, porém, que o atleta não tenha capacidade para aguentar a pressão das águias. "Não foi um problema de força mental. Ele escolheu o Benfica entre vários clubes, porque é um histórico e um grande, ele queria estar num clube assim. Em nenhum momento deixou-se ir abaixo psicologicamente, estava pronto e preparado para o desafio do Benfica e para mais", assegura, reforçando que a falta de sucesso de De Tomás de águia ao peito "nada tem a ver com a questão mental". "É o futebol. Os goleadores têm fases, ele não teve sorte, não marcou e depois deixou de jogar. E, claro, assim deixou de poder marcar", atira.
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No momento da sua saída, Bruno Lage referiu que preferia que o avançado continuasse na Luz, colocando o ónus da mudança no atleta, mas o representante destaca a "situação complicada" do jogador. "Só podem jogar 11 e o treinador tinha de fazer as suas escolhas, cada um tem o seu futebol", diz, frisando: "Estava habituado a jogar antes de chegar ao Benfica, tinha a expectativa de ser opção e de poder chegar à seleção e até ao Europeu. Se no Benfica não ia jogar então quis sair."
Referindo que "na hora da saída todos no Benfica se portaram muito bem" com o jogador, "desde o presidente, ao Tiago [Pinto, diretor-geral para o futebol] e até ao treinador", Carvajal assegura que De Tomás agora "está feliz no Espanhol". "Vamos ver se consegue manter a forma quando voltar a competição. Ele está bem e à espera que tudo isto passe", salienta, realçando que apesar da passagem sem êxito o avançado "não se arrepende" de ter ingressado no Benfica. "Foi uma experiência incrível apesar de curta. Esteve num grande clube, foi uma boa oportunidade para ele. Agora pensa é em jogar e marcar e sonha em poder ir à seleção", finaliza.