A equipa do Shakhtar que esta quinta-feira deve pisar a Luz tem mais jogos, mais golos e mais títulos.
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É com armas distintas que o Benfica vai ao tudo ou nada com o Shakhtar Donetsk esta noite na Luz, onde terá oportunidade de retificar a derrota de Kharkiv, por 2-1, que deixou em vantagem a formação ucraniana.
E, do lado dos encarnados, tomando em linha de análise os dois onzes prováveis que vão a jogo hoje, há uma lacuna de fatores que pode pesar bastante, entre eles a experiência em provas da UEFA, os golos marcados nessas competições, as internacionalizações e os títulos conquistados por cada atleta. Em todos estes itens, no fundo relacionados diretamente com experiência, a equipa que Bruno Lage deverá utilizar nesta segunda mão dos 16 avos de final da Liga Europa revela uma clara desvantagem.
O elenco que Luís Castro deverá pôr a teste frente às águias destaca-se por uma maior veterania, onde sobressai a quantidade de jogos disputados nas competições europeias, sejam elas a Champions ou a Liga Europa. A média dos ucranianos é de 50 jogos, mais do dobro dos 24 que somam os jogadores do Benfica. Aqui, o guarda-redes do Shakhtar, Pyatov, os extremos Marlos e Taison, assim como o médio Stepanenko, são os reis da experiência: o primeiro tem 122 presenças europeias, os dois seguintes 93 e 72, respetivamente, enquanto o último vai em 64 jogos. No Benfica, só Pizzi se aproxima e, mesmo assim, pouco: tem 49 partidas na Europa.
Já em golos, apenas dois atletas do onze provável dos ucranianos estão em branco. Um deles é o guardião, o outro é o central Matvienko. A lista do Benfica é mais extensa e, além de Vlachodimos, também Tomás Tavares, Samaris e Taarabt estão ainda por mostrar golos à Europa do futebol. Pizzi (6), Rafa (4) e Grimaldo (3) fogem à míngua de golos, mas não travam a média geral de 1,5 golos/jogo, contra os 5,9 do rival de hoje.
Ainda em aspetos derivados da experiência ao mais alto nível, o Benfica apresenta também um menor número de internacionalizações entre o seu onze provável e o do Shakhtar. Em média, há nos encarnados 11,1 partidas pelas seleções por jogador, sendo Samaris, com 39 presenças, o elemento mais em foco, enquanto Tomás Tavares, Ferro, Grimaldo e Carlos Vinícius ainda esperam por uma chamada dos respetivos selecionadores. Do lado contrário, Pyatov é uma "instituição" na seleção da Ucrânia, ele que é o número 1 daquela equipa, onde já vai em 93 partidas, sendo secundado pelo compatriota Stepanenko. Ambos, como Portugal, têm lugar no próximo Europeu e têm caminho aberto para aumentar este registo.
Títulos e idade também são... um "posto"
Já no que diz respeito à "fome" de títulos, os ucranianos estão bem mais saciados do que os encarnados. Os 11 atletas da equipa de Luís Castro, juntos, fazem um museu com 140 troféus, domésticos e internacionais, mais 2,7 vezes do que os títulos que a provável formação titular das águias possui agora (52). Pizzi, também aqui, é o maior vencedor, com 12 conquistas, metade, por exemplo, das que Pyatov, aos 35 anos, tem.
E, falando de idades, é aqui que há outra grande diferença entre Benfica e Shakhtar. Fruto da estratégia encarnada nos últimos anos, a média de idades desta equipa provável fica-se pelos 25 anos, com particular destaque para a juventude da retaguarda: Tomás Tavares (18 anos), Rúben Dias e Ferro (ambos 22) e Grimaldo (24). Com seis trintões, a média dos ucranianos dispara para os 28,5 anos.
Valor de mercado das águias mais do que duplica o dos ucranianos
A avaliação das equipas não entrará esta noite no relvado do Estádio da Luz, mas é um outro número curioso para analisar. Segundo valores do sítio "Transfermarkt", especializado na área, o valor de mercado do onze titular dos encarnados mais do que duplica (2,7 vezes) o do elenco esperado para este embate por parte da formação orientada por Luís Castro. Assim, enquanto o Benfica terá uma equipa a "valer" 226 milhões de euros, o Shakhtar fica-se apenas pelos 84 milhões de euros. Uma diferença em boa parte justificada, refira-se, pelo facto de os encarnados irem a jogo com um elenco mais jovem e, por isso, mais "valorizável" do que o dos ucranianos, com seis elementos com 30 ou mais anos. Pelos encarnados, e de acordo com a avaliação feita, Rúben Dias é o jogador com melhor avaliação, tendo um valor de mercado de 38 M€. Atrás de si surgem Grimaldo (35), Rafa (30), Pizzi (27) e Weigl (23). Nos possíveis eleitos por Luís Castro para esta "batalha da Luz", como o técnico português apelidou o jogo, o mais valioso é Ismaily, avaliado em 19 milhões de euros.