O JOGO desafiou os seis candidatos à presidência do Sporting a desfiar memórias que os definem como cidadãos e sportinguistas. Todos aceitaram falar na primeira pessoa. Conheça o lado mais intimista de Rui Jorge Rego, candidato da lista E.
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Na Associação dos Moradores da Portela joguei futebol de onze. E joguei futsal em todos os escalões até aos juniores, nos seniores não tive qualidade. Há 30 anos, era uma equipa muito boa. Muitos foram para o Sporting. Depois fui diretor desportivo. Na altura, o futsal estava na II Divisão Nacional.
Foram seis anos, dois mandatos com a presidente Carla Marques. Funcionávamos de forma autónoma. Aquilo que preconizo para o Sporting.
Saí em 2014 e ainda fui eu que transferi o jogador mais emblemático: o Nilson, para o Braga. Foi campeão europeu no ano passado.
Uma vez fomos a Castelo Branco e parámos numa bomba de gasolina. Levámos uma das claques e quando íamos sair estava tudo pintado de azul à Portela. Chamei os responsáveis da bomba e obriguei os miúdos a limpar com baldes e esfregonas. Foi na Portela que conheci o João Benedito e o Zézito, ficámos grandes amigos.
Em miúdo, passava a vida no desporto. Jogava futsal e ténis - cheguei a ser o 32.º jogador do ranking nacional aos 16 anos.
O sportinguismo vem de família. Cheguei do Brasil a 19 dezembro de 1980, tinha sete anos. Um tio levou-me a Alvalade. Lembro-me que foi com o Académico de Viseu, perdemos 1-0. O meu tio disse-me: "Vais ser deste clube". Pronto, vou ser. Depois tive a sorte de o Sporting ter sido campeão a seguir (1981/82).
No Sporting, estive na ginástica e larguei porque tinha mais jeito na natação. Na natação, o Sporting queria levar-me para competição. Os meus pais não queriam afetar os estudos. É aí que saio da natação e do Sporting e vou para a Portela.
Cheguei ao Roberto Carlos depois de falar com o Paulo Lopo. Foi simples. O Roberto estava no Algarve de férias e um empresário foi lá abaixo. O Roberto ficou encantado. Dois ou três dias depois veio a Lisboa almoçar. Um almoço de sete horas. Ele ficou tão entusiasmado que pôs no Twitter: "Obrigado, presidente."
O que retirei do desporto foi a alegria de vencer e saber ganhar e saber perder. Organizei torneios de bairro de futebol de cinco, com 40 equipas. Era organizador e árbitro. Sei o que é ser árbitro e senti na pele. Tivemos situações complicadíssimas, de chamar a polícia.