Confira as notas atribuídas por O JOGO aos jogadores de Rio Ave e FC Porto na vitória dos dragões (0-1) em Vila do Conde, na sétima jornada da I Liga.
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RIO AVE UM A UM
Kieszek 7
Começou em grande plano e, apesar de ter sofrido um golo (sem culpas), acabou ainda melhor. Logo a abrir, desviou de forma incrível um remate de Marega e, numa bomba de Alex Telles, mostrou que estava pronto para mais. Zé Luís e Nakajima, no mesmo lance, testemunharam a frieza do polaco. Pelo meio, teve a barra do seu lado.
Nélson Monte 5
Travou um duelo interessante com Nakajima, provando sempre ter pernas para acompanhar as mudanças de velocidade do japonês. Só não deu o apoio devido ao ataque.
Borevkovic 6
De processos simples e decidido no desarme, revelou-se um duro obstáculo para Marega e Zé Luís.
Aderllan Santos 7
Implacável no um contra um, liderou a defesa com classe, somando uma mão cheia de interceções. Num livre, foi até à área dos portistas e ainda assustou num golpe de cabeça à figura de Marchesín.
Matheus Reis 6
Um travão permanente para Corona e Otávio. Nem sempre foi feliz nas opções tomadas, mas deu claramente grande consistência ao muro defensivo, saindo a jogar com o rigor desejado.
Tarantini 6
Uma fonte inesgotável de bom futebol, tanto a varrer o perigo, como o lançar os companheiros, através de passes e aberturas bem medidas. O (bom) costume.
Filipe Augusto 6
Um precioso complemento da defesa em terrenos mais adiantados. Com o radar ligado, foi dos mais lutadores a meio-campo e ainda ameaçou num remate dentro da área. A direção é que não saiu adequada.
Nuno Santos 6
Encostado à direita, fez as diabruras possíveis, sendo vítima de alguma falta de espaço. Num livre, deu a rota certa à bola, fazendo esta viajar até à cabeça de Aderllan Santos, que esteve muito próximo do golo.
Diego Lopes 5
Primeiro encostado à esquerda e depois já no miolo, fez pela vida. Alternou bons lances com perdas de bola.
Carlos Mané 6
Um camaleão em alta rotação. Foi avançado, extremo e até funcionou como lateral quando a equipa jogou em 3x5x2. Está em boa forma e fez bom uso da velocidade, revelando-se somente poupado na finalização.
Bruno Moreira 5
Demorou algum tempo a libertar-se dos defesas portistas, saindo a ganhar com a entrada de Mehdi. A partir daí, chegou a ser um problema para o adversário.
Jambor 6
Acrescentou músculo e clarividência ao meio-campo.
Mehdi Taremi 6
Voltou após lesão e continua temível. Viu um golo anulado (67") por fora de jogo.
Ronan 5
Batalhador e cheio de fé, não trouxe pontaria.
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FC PORTO UM A UM
Marchesín 7
O argentino não se define só pelas grandes defesas que vai fazendo, ontem até só teve uma de nível mais elevado (85"), quando segurou o cabeceamento de Aderllan Santos. Confirmou o grande jogo de pés que tem e que lhe permite ter bola sem ferver, levantar a cabeça e meter na frente com muita precisão.
Corona 6
Não teve muitos espaços para deambular pelo corredor e tentar desequilíbrios e só quando procurou combinar com o Otávio conseguiu abrir uma brecha ou outra para levar a bola à área do Rio Ave. A defender teve de se mostrar atento a Carlos Mané, que caiu naquele flanco. Saiu limitado na coxa direita.
Pepe 7
Exibição conseguida, ao seu estilo, cheia de garra, bem colocado e sempre com a abordagem certa. Com o Rio Ave em cima da defesa, soube usar a enorme experiência que tem para moer a paciência ao adversário.
Marcano 7
Consistente e lutador, conforme o jogo pedia, partilhou a preocupação defensiva de Pepe com a profundidade ofensiva do adversário, mas a concentração demonstrada permitiu-lhe ganhar quase todos os lances.
Danilo 6
Ia conseguindo desvia a bola de cabeça (33"), num livre bem cobrado de Alex Telles. A equipa sobressaltou-se na cobertura do meio-campo, quando falhou um passe que o Rio Ave aproveitou para atacar. Faltou-lhe ter saído mais na pressão ao adversário na reta final.
Uribe 7
Fez muita pressão sobre o adversário e preocupou-se sempre em deixar a bola jogável sem adornos desnecessários. No período do maior aperto do Rio Ave controlou bem os espaços, fechou o meio-campo e ganhou muitas bolas graças à agressividade que colocou nos duelos.
Otávio 6
Chegou a ter o segundo golo nos pés numa combinação com Marega, mas Borevkovic cortou (45") o lance. Não se deu bem com o piso [irregular] e sofreu com a falta de espaços, mas foi importante para fechar o seu flanco e no acompanhamento ao lateral.
Nakajima 6
Exibição mais de luta do que de técnica, por causa do piso que não o favoreceu, tentando explorar o espaço entre o meio-campo e a defesa.
Marega 8
Falhou na cara de Kieszek logo aos 2": tentou picar a bola, mas o polaco desviou. Inaugurou o marcador pouco depois, com uma entrada de cabeça felina ao primeiro poste (12"). Com um toque de calcanhar para Otávio ia voltando a desequilibrar, não fosse o corte de Borevkovic. Na segunda parte volta a ter espaço para rematar, mas Kieszek impôs-se com uma boa defesa.
Zé Luís 6
Um remate colocado (73"), depois de driblar três adversários, obrigou Kieszek a uma grande defesa para segurar o jogo. Mas não teve muita bola, nem espaços para explorar e fazer mais.
Manafá 5
Entrou para o lugar de Corona (tocado) e cumpriu, dobrando até os centrais em algumas oportunidades.
Mbemba 6
Funcionou como terceiro central, depois do golo anulado que deixou um grande aviso à defesa, levando-o a jogar quase como "segurança pessoal" de Mehdi Taremi, embora fosse mais um preocupado com a profundidade ofensiva do adversário.
Luis Díaz 5
Entrou para ajudar a fechar o corredor esquerdo e segurar a bola, cumprindo com essas funções.
A FIGURA
Alex Telles 8
Bolas paradas desencravaram jogo de luta
Já se sabe que os lances de bola parada são uma das especialidades de Alex Telles e ontem foi com elas que o lateral resolveu o jogo. No primeiro canto cobrado viu Marega cabecear ao primeiro poste. Na segunda parte fez tremer a trave de Kieszek (77"), com uma bola disparada da direita do ataque e superiormente colocada que, uns centímetros mais abaixo teria resolvido o jogo. Antes (54") já tinha obrigado Kieszek a uma defesa de recurso, para canto. Num contexto chuvoso, com o piso escorregadio e propício a choques nos duelos, os cantos e os livres cobrados pelo brasileiro foram sempre um veneno. Com o desenrolar do jogo percebeu-se que não haveria muitas mais soluções para chegar à baliza, porque a agressividade e pressão colocada em campo pelo adversário foi cada vez mais difícil de conter à medida que o tempo passava. O lance do golo acaba como cirúrgico para resolver o jogo.