Treinador do Sporting fez a antevisão ao jogo em casa do Santa Clara, da ronda 29 da I Liga, agendado para as 18h00 de sábado
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Aurélio Pereira: "Antes de começar a responder, quero só deixar os meus sentimentos à família do senhor Aurélio, que foi uma figura que mudou a forma como se faz scouting e encontrou grandes jogadores."
Polémica após palavras sobre Harder: "Para mim, é um não assunto. Podia ter usado outras palavras, mas jamais foi em tom de crítica. Estava apenas a justificar que precisávamos mais de jogadores que ficassem com a bola e ele é mais de jogo partido, transição e velocidade. Ele sabe o que o treinador quer dele e conhece-me. Preciso dele para a reta final.”
Reação do jogador: "A reação foi normal, boa. Treinou feliz, alegre. Ele conhece o treinador, sabe o que o treinador pensa. Está super tranquilo. Falei com ele para que não sentisse que era em modo de crítica. O treinador precisa dele para aquilo que será o final do campeonato."
Má relação com o plantel? "Isso é ridículo. Não é conversa para mim."
Sporting mais frágil após perder a liderança? "Não, sou um treinador muito confiante. Em três meses e meio é a primeira vez que perdemos a liderança, por isso jamais pensaria de outra forma. Otimista, confiante sobre o futuro e a equipa igual, respondeu bem depois do jogo. Eles têm sido fenomenais e têm dado uma resposta muito boa. Estou na luta do título e só dependemos de nós."
Será treinador do Sporting na próxima época se não for campeão? "O meu pensamento é ser campeão nacional."
O jogo frente ao Braga e as dificuldades para controlar as partidas: "O Braga tem um remate enquadrado com a nossa baliza na segunda parte, que é o golo. Um. E na primeira parte teve outro. A posse de bola é muito subjetiva. Penso que somos a segunda equipa que mais posse tem em média, na era Rui Borges ronda os 53%. Somos a equipa que mais remates faz, menos remates concede e mais ações defensivas tem no meio-campo ofensivo."
Em termos de finalização, o Sporting tem a melhor média de remates do campeonato e uma pontaria superior a 87%. O que tem faltado então para marcarem mais golos e terem mais conforto nos jogos? Clayton é jogador para uma equipa grande? “Sobre o Clayton não falo, que não é jogador do Sporting. Os jogadores têm sido fantásticos no compromisso, com o Braga fomos muito melhores na primeira parte e é normal não termos a mesma intensidade durante 90 minutos, mas eles dão-me esse conforto. Eles têm criado oportunidades, erram muito e eu assumo a culpa disso, mas na única ocasião de golo [do Braga], fizeram golo. Se aí calhar faltou-nos concentração, mas o futebol é assim”.
Sporting perdeu a liderança e vai a um terreno difícil. Momento de reunir tropas? “As tropas estão reunidas desde o primeiro dia. Volto a dizer, pelas pedras do caminho, os jogadores têm dado uma resposta fantástica, estão comprometidos com o desejo de sermos bicampeões e dependemos apenas de nós. O Santa Clara será um jogo difícil num campo difícil, contra uma equipa que está a fazer um grande campeonato, muito competitiva, é das que menos remates permite à sua baliza, muito intensa e agressiva, é a que mais faltas faz no campeonato e tem jogadores muito fortes, principalmente no último terço. Por isso, temos de estar cientes que temos de ser muito competitivos e continuar a ser o que temos sido, com tranquilidade e capacidade individual para sermos melhores que eles”.
Sporting está obrigado a ganhar todos os jogos até ao final, já não pode empatar na Luz. Mais pressão? Pote vai jogar? “O Pedro está convocado, vamos ver até que ponto pode dar o seu contributo à equipa. Esteve muito tempo parado e será uma gestão entre todos. Sobre a pressão, nós somos o Sporting e isso é desde a primeira jornada, estamos na luta e queríamos estar em primeiro, perdemos esse lugar, mas só dependemos de nós e estamos focados no objetivo até final. A pressão é diária desde sempre num clube como o Sporting”.
Já Jogou em Ponta Delgada e perdeu com o Vitória. Tirou dicas desse jogo? Estado de Morita? “Morita não está disponível para este jogo. Sobre os apontamentos, eu tenho mas é de todos os jogos do Santa Clara, não só desse. Eles vão mudando jogadores e comportamentos, mas estamos focados no que temos de fazer para nos sobrepormos a uma equipa competitiva, que só tem quatro derrotas em casa. Mas queremos ganhar e estamos cientes das dificuldades, não será um jogo fácil por tudo o que é o Santa Clara em termos coletivos, mas temos de ser capazes de as ultrapassar isso e vencer”.
Está mais pressionado por ter perdido o primeiro lugar? “A exigência faz parte do dia-a-dia. Cheguei em segundo lugar e estou agora em segundo, estive três meses e meio em primeiro. Cheguei dois dias antes de um Sporting-Benfica, estava pressionado à nascença. Faz parte, temos de ser capazes de vencer e ainda há esse dérbi [com o Benfica, na Luz], dependemos apenas de nos até ao final”.
Acredita que será bicampeão. Pensa que o Sporting é superior ao Benfica em que aspeto? “No desenrolar desta conferência já dei alguns dados estatísticos bons, mas a mim importa é estar focado no que controlo e tentar ultrapassar cada adversário que tenhamos. Esse é o meu foco, disse isto quando estava em primeiro e digo-o agora em segundo: quem for mais competente até final será campeão”.
Sporting tem cinco empates na Liga ao seu leme. Não há estrelinha de campeão? “E sem derrotas, só na Champions. Os empates... com o Arouca estávamos com dez... É muito subjetivo, depende dos contextos, empatámos no Dragão a acabar, com o Vitória foi mais ingrato nesse sentido porque tivemos alguma diferença em termos de golos, mas estamos mais focados e já tivemos tantos contratempos que não é este que nos vai fazer pensar de forma diferente. É focar no que controlamos e tentar ser melhores ou os melhores”.
Já perdeu com o Vitória em casa do Santa Clara, que também foi a primeira equipa a vencer o Sporting neste campeonato, na altura com João Pereira. Jogadores pensam neste jogo com uma sede de vingança? “Acredito que de alguma forma individual olhem dessa forma e espero que seja algo que os motive de uma forma positiva para serem mais competitivos, tendo noção do que não fomos capazes nesse jogo, apesar de não ter sido eu o treinador. Eles estão cientes do que vamos encontrar, mas temos de ser melhores do que nesse jogo contra uma equipa muito forte. Temos de ser capazes de ultrapassar pequenos pormenores que são grandes”.