António Simões, velha glória do Benfica, diz-se, em entrevista a O JOGO, identificado com o estilo das águias e que teria prazer em alinhar ao serviço de Schmidt, que elogia.
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Satisfeito com a produção da equipa, António Simões aponta a "performance fantástica" de João Mário e a "inteligência" de Aursnes, entre outros elementos do plantel. O antigo jogador do Benfica não esconde o fascínio pela forma como as águias jogam. "Deus Nosso Senhor não me deu apenas a boa relação com a bola, deu-me também uma boa relação com o jogo", atira.
Como analisa o trabalho de Roger Schmidt, que renovou recentemente contrato. Está satisfeito?
-Claro, logicamente. Há qualidades neste homem, que não é apenas treinador. O que mais notei nele, e desde início, foi procurar sempre ter bom senso. É assim que o defino. Vindo viver para o estrangeiro e sem dominar a língua, embora domine o treino e o jogo porque é a profissão dele, sempre procurou na sua relação com o jogo, com os jogadores e com a Comunicação Social ter bom senso. Aliás, momentos houve em que este treinador desempenhou publicamente a função de dirigente e até da comunicação. Não que tivesse a intenção de substituí-los, mas o seu comportamento fez com que olhássemos para ele como se fosse um dirigente e como um responsável do departamento de comunicação, porque comunicou sempre bem. Quando teve algum problema para analisar e comunicar, apelou ao bom senso. E quando se tem bom senso, erra-se menos. Roger Schmidt tem sido a demonstração de bom senso.
Tem sido importante dentro e fora do campo?
-Lá dentro deu conta do recado, algo que sucedeu também cá fora. Mostrou competência lá dentro e tem sido forte na comunicação cá fora.
Para alguém que foi campeão europeu e jogou num Benfica histórico, agrada-lhe ver esta equipa a jogar?
-Apetece-me dizer isto: o meu perfil de jogador encaixava perfeitamente nesta equipa e nisto tudo a que estou a assistir.
Dar-lhe-ia prazer jogar com esta equipa?
-Exatamente. Deus Nosso Senhor não me deu apenas a boa relação com a bola, deu-me também uma boa relação com o jogo. E vemos que neste Benfica há também uma excelente relação com o jogo.
Qual o jogador que mais o tem surpreendido esta temporada?
-Houve vários. João Mário tem tido uma performance fantástica e uma grande regularidade, nivelada por cima. Aursnes é um grande jogador, de processos muito simples, mas extremamente inteligente. Até o próprio Chiquinho, numa situação de adaptação, correspondeu perfeitamente. A dupla de centrais tem experiência e juventude, é fantástica. E há Gonçalo Ramos a fazer golos desta maneira. Há uma série de jogadores que estiveram sempre ao longo da época a um determinado nível e arrastaram todos os outros. É o contágio. Há uma alegria, parece que têm sempre o vento a favor. Nota-se perfeitamente que há gosto para jogar e que se tem orgulho e brio em jogar bem. Claro que a equipa também perde pontos [como aconteceu com o FC Porto], mas há qualidade de jogo. Não é só esperança, já é convicção porque se vê qualidade.
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