A rodagem internacional tem o seu peso nesta fase da prova e o onze do Benfica está a léguas do adversário
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Se a experiência é um fator determinante nesta fase da prova, como insinuam muitas vezes os treinadores, o Benfica tem um osso duro de roer, esta noite, no Estádio da Luz (20h00), na primeira mão dos quartos de final da Liga dos Campeões, frente aos italianos do Inter.
Os nerazzurri têm mais 100 jogos do que as águias na prova maior do calendário europeu; quase o dobro dos golos; um número incomparavelmente superior de internacionalizações A...
Os nerazzurri não atravessam um bom momento, é verdade, Simone Inzaghi, o treinador, está com um pé dentro e outro fora, muito dependente do que fizer na atual edição da Champions, mais concretamente nos jogos contra o Benfica, mas ninguém na Luz pode descansar quando defronta um adversário tão "matreiro", - como avaliou recentemente António Simões, antigo jogador do Benfica, em entrevista a O JOGO -, como o emblema de Milão.
Há detalhes que não passam despercebidos e se a experiência tem realmente algum peso nestas competições, o Inter chega-se à frente, esmagando o conjunto de Roger Schmidt. O traquejo internacional, conhecimento da prova (Champions) do onze milanês, é completamente diferente do da equipa portuguesa e terá sido também esse "know-how" a ter influência no desfecho da eliminatória dos "oitavos" contra o FC Porto. O Inter foi inferior durante boa parte do tempo, em San Siro e no Dragão, e cedo percebeu que tinha que defender com onze abdicando de atacar. A experiência/estratégia dos italianos teve influência e valeu a presença nos "quartos".
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O onze provável do Inter tem no total 368 jogos na Champions, o onze das águias tem 267. Trinta e cinco são o total de golos dos jogadores encarnados que irão iniciar a partida, contra 62 do adversário. A diferença sobe de tom quando se olha para as internacionalizações A de uma e outra equipa: os benfiquistas somam 134, o Inter 567. E se a idade é um posto, como tantos reclamam, também neste item a equipa de Inzaghi parte em vantagem com uma média de 29 anos contra 25 dos lisboetas.
A rodagem e impacto dos jogadores do Inter é completamente diferente dos do Benfica. Antes do embate com o clube de Milão, Sérgio Conceição lembrara que quase todos os jogadores do Inter são internacionais e de seleções bem posicionadas no ranking. Ora, esse factor está bem vincado na avaliação dos mesmos. Segundo o site transfermarkt, o onze provável do Inter tem um valor de mercado de 324 milhões de euros, enquanto o do Benfica vale 222 milhões. É evidente que se tratam de valores de referência, mas demonstram claramente que as individualidades dos nerazzurri têm um peso muito mais elevado do que as dos portugueses. O Benfica terá de escalar uma montanha para tentar esbater todas estas diferenças e apontar às "meias".
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Ausência de Otamendi penaliza encarnados no primeiro embate
Em termos de maturidade competitiva, a ausência de Otamendi penaliza muito o Benfica, pois o internacional argentino é o jogador mais experiente do plantel e não vai estar disponível neste primeiro jogo dos quartos de final diante do Inter Milão. Aos 35 anos, o central já participou em 102 jogos das competições europeias, 82 dos quais na Champions, e marcou três golos. Otamendi conta ainda com 102 internacionalizações A pela seleção da Argentina. Aliás, foi recentemente campeão do Mundo ao lado de Messi e outras estrelas do conjunto das Pampas. Voltará ao onze das águias na partida da segunda mão, certamente transmitindo outro traquejo ao conjunto.