"O Cláudio é um lutador, foi a melhor forma de provar ao FC Porto que pode confiar nele"
Cláudio Ramos esperou um ano e meio pela estreia na equipa principal, mas deu sinais frente ao Rio Ave de que está preparado para subir na hierarquia dos azuis e brancos no futuro. Natxo González treinou-o em Tondela e sabia que o guardião responderia à altura quando fosse chamado. Força mental e espírito lutador apontados como fundamentais para aguentar o jejum de jogos
Corpo do artigo
A um guarda-redes de "grande" espera-se que diga presente quando é chamado e Cláudio Ramos disse-o na quarta-feira, no jogo de estreia pela equipa principal do FC Porto, frente ao Rio Ave, com uma defesa aos 83 minutos que desencadeou uma série de eventos que terminariam com o golo da triunfo (1-0) dos dragões.
Um momento pelo qual aguardou na sombra de Diogo Costa e Marchesín durante ano e meio, depois de em 2020 ter deixado Tondela como um dos melhores guarda-redes do campeonato português, e que foi aproveitado para marcar uma posição.
"O Cláudio [Ramos] é um lutador e [a exibição] foi a melhor forma de provar ao FC Porto que pode confiar nele", afirma a O JOGO Natxo González, último treinador do internacional português nos beirões, surpreendido pelo facto de o antigo jogador ter "esperado tanto tempo para se estrear", porque reconhece-lhe "muita qualidade".
"O Cláudio é um líder, tem uma capacidade de trabalho muito grande e nunca relaxa. Nem mesmo quando era titular em Tondela", afiança. "Acredito que a exibição e os elogios [de Vítor Bruno e da Imprensa] serão importantes para ele ganhar mais confiança", perspetiva o técnico espanhol, atualmente a trabalhar na Bolívia.
Embora a situação que vive Cláudio Ramos seja diametralmente oposto à que experimentou em Tondela, Natxo González está convencido de que o guarda-redes "já estava preparado para isto".
"Quando ele decidiu transferir-se para o FC Porto estava consciente de que não ia ser como até então, porque a concorrência era muito forte", refere o treinador do Bolívar, apontando a força mental do guardião de 30 anos como fundamental para superar tão longo período sem jogar ao mais alto nível.
"Não é fácil chegar a um clube e ter de esperar tanto tempo para jogar na primeira equipa, mas ele é um atleta experiente e sempre me pareceu uma pessoa bastante forte do ponto de vista mental", indica González, grato pela ajuda que o antigo jogador lhe deu a ambientar-se a Tondela e ao campeonato. Até por isso espera que o futuro possa trazer mais oportunidades para Cláudio Ramos no FC Porto.