REPORTAGEM - Motivado pelo single dos UHF, o vocalista quer que a baliza do Braga seja o único alvo dos jogadores encarnados, ao ritmo de uma música rock. António Manuel Ribeiro aponta ainda a falta que fez um maestro no meio-campo.
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Se tivesse de escolher um estilo de música para dar o mote à equipa do Benfica entrar hoje em campo com o Braga, António Manuel Ribeiro, vocalista dos UHF, não tem dúvidas: "Tem de ser um rock mais agressivo. O Benfica tem de ir à luta, não sei se vamos conseguir ser o rolo compressor do início da época porque o adversário chama-se Braga, mas era fundamental. Até para os adeptos. Temos de sentir que estamos a chegar à baliza, que estamos a rematar e que os remates são perigosos. E depois uma bola há-de entrar".
O artista lembra que, no começo da temporada, os encarnados eram uma equipa pautada por um jogo ofensivo intenso e espera que, inspirados na canção da sua autoria, o primeiro single dos UHF "Cavalos de Corrida", a música volta a ser a mesma. "Sejam Cavalos de Corrida, que é disso que precisamos. Entrem em campo e agarrem na bola. O objetivo chama-se apenas baliza do adversário. É preciso correr e é preciso marcar".
Na opinião de António Manuel Ribeiro, dentro de campo, faltou, em algumas alturas, um maestro que orientasse a orquestra. "Chiquinho podia ter sido e até fez. Acho que temos um capitão que manda, mas talvez precisámos de alguém mais à frente que definisse, que mandasse. Nesse aspeto poderá ter falhado. Não sei se o Enzo mandava, ele distribuía muito bem e rapidamente. Mas o Florentino também o faz, o Chiquinho também o faz. Faltou alguém que se assumisse como patrão do meio-campo para a frente".
Apesar de reconhecer a importância do jogo e a qualidade do adversário, o autor garante que não há forma de perder o sono, mas revela um ritual próprio de preparação para os jogos que o deixam mais nervoso. "Não me tira o sono. Mas uma hora, uma hora e meia antes, entro em estágio. No inverno como bolachas e no verão são gelados pequenos. Agora já estamos na fase dos meus gelados, das amêndoas secas, qualquer coisa para distrair... estou em estágio até ao momento do jogo. Mas depois fico calmo, vivo os lances, tenho a minha parte de análise, mas sou uma pessoa calma", explica, confiante de que as vozes de quem vai estar hoje no Estádio da Luz ditem o ritmo até à vitória: "No Benfica são 60 mil a apoiar. O chamado Inferno da Luz existe e faz tremer muita gente", apesar de reconhecer que "atletas profissionais" estão preparados para todo o tipo de ambientes e que isso não deve afetar a exibição em campo. A apostar num resultado final, António Manuel Ribeiro espera uma vitória encarnada, mas com dificuldades . "Acho que vai ficar 2-1. Com golo do Gonçalo Ramos e o outro do João Mário".
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João Mário é o principal artista
Questionado sobre quem é a figura chave do plantel encarnado, António Manuel Ribeiro prefere destacar dois nomes: António Silva - pela "personalidade" e "capacidade" em campo de um jogador que "se encontra, de vez em quando, numa década" - e João Mário, a quem dá o lugar de destaque para o que têm sido os resultados do Benfica. "Não só pelos golos que marcou, mas o que dá a jogar. Acho que tudo passou muito pela força e criatividade de João Mário", relacionando a quebra da equipa com a quebra do médio.