"O Amaro acertou no nosso enfermeiro e abriu-lhe a cabeça. Pediu desculpa a época toda"
Central que nos últimos meses ganhou lugar no onze foi incluído, pela primeira vez, numa convocatória da Seleção de Sub-21. Lançado por Pepa na época passada, com 19 anos, André Amaro é aposta firme de Moreno. Chamada à equipa nacional é um passo lógico e enche de alegria quem o viu dar os primeiros passos no Vitória.
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"É daquelas notícias que valem mais do que vitórias em campo." A chamada de André Amaro à Seleção Nacional de Sub-21 foi pretexto para o treinador que primeiro o acolheu no Vitória de Guimarães recordar os traços de personalidade do miúdo e do atleta que, com 16 anos, trocou a segunda equipa da Académica por uma experiência longe da família.
Quando, por altura da estreia de André Amaro na equipa principal do Vitória de Guimarães, os jornalistas procuraram Pedro Costa para saber algo mais acerca do jovem central, descreveu-o em poucas palavras: "É o filho que qualquer pai gostaria de ter." Recuperou-as, ontem, em conversa com O JOGO, numa alegria renovada por mais esta conquista do defesa lançado por João Henriques, em 20/21, e hoje titular na equipa que Moreno herdou de Pepa, depois de uma época em que a disponibilidade dele foi útil a ambos - fez nove jogos com o primeiro e 11 nos bês.
Para Pedro Costa, a única "surpresa" neste percurso foi vê-lo no eixo da defesa. Nos sub-17 do Vitória "jogava como seis" e "foi só nos bês que passou a central." "Não o via a jogar aí, não me parecia muito rápido, mas era muito inteligente, percebia os espaços a ocupar, era agressivo sobre a bola e no jogo aéreo", recordou.
De resto, a inteligência de André Amaro é suficiente para explicar a mudança no campo. "Tenho a certeza de que, quando lhe colocaram esse desafio, absorveu toda a informação", afirmou, como quem revê o filme da época em que trabalhou com o miúdo "humilde, muito atento a todas as explicações e ao que lhe era pedido em campo."
Reagiu bem ao impacto de viver longe da família. "Afável, deu-se bem com toda a gente" e esse traço da personalidade deixou marcas: "Antes de um treino, estávamos à espera de campo e ele lançou um daqueles sinalizadores das marcações. Acertou no nosso enfermeiro, o Hélder, e abriu-lhe a cabeça. Ficou tão chateado com ele próprio que nesse treino não foi o mesmo. Depois, brincávamos: "Hélder, cuidado, vem aí o Amaro!..." Ele pediu-lhe desculpa durante a época toda! Isso mostra quem é." E também diz algo acerca da pontaria do estreante nos Sub-21.