"Nunca ouvi ninguém a dizer que os emails eram falsos, muito coincidia com a verdade"
O antigo árbitro Carlos Duarte testemunhou esta sexta-feira no julgamento do chamado "caso dos emails".
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A manhã desta sexta-feira assinalou mais uma sessão do julgamento do chamado "caso dos emails" no Juízo Central Criminal de Lisboa. O antigo árbitro Carlos Duarte testemunhou para a defesa de Diogo Faria, um dos arguidos do processo, juntamente com Francisco J. Marques e Júlio Magalhães.
Em videoconferência, o antigo árbitro, que também exerce funções de advogado, falou num "desmoronar de muita coisa na arbitragem".
"Os emails vieram colocar a nu que a verdade desportiva foi posta em causa. Só vi o que foi reproduzido pela imprensa e pelo Porto Canal, mas não queria acreditar nalgumas coisas que vi. É um desmoronar de muita coisa na arbitragem. O poder de alguns agentes sobre a arbitragem é real", começou por dizer.
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"Todos nós queremos acreditar que aquilo que acontece no campo é fruto da verdade desportiva e não manipulada por determinados agentes, mas os emails vieram colocar a nu que a verdade desportiva foi posta em causa por determinados agentes. E nunca ouvi ninguém dizer que os emails eram falsos, muito do que estava ali coincidia com a verdade", acrescentou Carlos Duarte.
Em jeito de conclusão, o antigo juiz revelou que reagiu à divulgação desses emails com muita "surpresa e estupefação", uma vez que considera serem prova de condutas antidesportivas.
"Foi uma especial surpresa e estupefação, já que tivemos a certeza, com a divulgação dos emails, de um comportamento que temos vindo a condenar e repudiar. Acaba por ser irónica a postura de alguns dirigentes. As pessoas que anunciaram o Apito Dourado como o maior escândalo do futebol português, são agora as mesmas que estão envolvidas neste caso", rematou.
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