José Neves, presidente da AF Porto desde maio de 2020, assume estar atento à corrida à sucessão de Fernando Gomes à frente da FPF. Como as eleições são daqui a dois anos, para já não é uma prioridade.
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Nesta entrevista, prometida desde que em maio de 2020, sucedeu a Lourenço Pinto na liderança da maior associação de futebol do país, José Manuel Neves garante que estará "à janela" no momento certo da mudança, dentro de dois anos, na estrutura da FPF. Para já, a prioridade é avançar com o projeto da Academia da AF Porto.
Dentro de dois anos, Fernando Gomes, eleito em dezembro de 2011, termina o último mandato. Foi o melhor presidente de sempre da FPF?
-Tenho um conhecimento próximo do trabalho do doutor Fernando Gomes. É um trabalho que considero inigualável. Somos uma referência mundial em futebol, futsal, futebol feminino e futebol de praia e isto não acontece por acaso. A sorte dá muito trabalho e é notável o que Fernando Gomes tem feito à frente da Federação.
Mas também teve a sorte de ter um Ronaldo, um Ricardinho, um Madjer...
-São épocas. Esses atletas são apenas pedras de uma grande equipa. Ninguém faz nada sozinho. Só um trabalho de equipa é que pode levar por diante as tarefas.
Com a saída de Fernando Gomes e a já consumada de Tiago Craveiro para a UEFA, será difícil encontrar alguém capaz de dar continuidade a um período de êxitos de uma equipa que fez da FPF uma organização bem estruturada?
-O país tem dez milhões de habitantes, com muitos talentos para dirigir a FPF, como tem talentos para dirigir outras instituições. Somos uma referência de talentos a nível mundial, de atletas, dirigentes e treinadores, mas também temos um secretário-geral das Nações Unidas ou referências mundiais da banca que são portugueses.
A estrutura da FPF não está demasiado pesada para quem suceder ao atual presidente?
-A Federação tem um orçamento que ultrapassa os 100 milhões de euros. Se, amanhã, a Seleção Nacional e as verbas que ali entram diminuem, o orçamento é ajustado à realidade.
Não teme um vazio de poder por falta de alguém com perfil para assumir o lugar?
-Entendo que vão aparecer pessoas com perfil para assumir os destinos da FPF, mas será complicado encontrar alguém com o perfil de Fernando Gomes.
Como presidente da maior associação do país, pondera candidatar-se?
-Estamos a dois anos das eleições, é um tema que não está, nem nunca esteve, em cima da mesa. A Federação tem um presidente que a dirige superiormente. Daqui a dois anos, a Associação de Futebol do Porto e o seu presidente estarão à janela para ver o que se passa no panorama.
Nos bastidores há já vários nomes falados para serem candidatos. Pedro Proença, pela experiência que adquiriu na Liga, seria uma boa solução?
-Pelo que sei, Pedro Proença é presidente da Liga, tem eleições em junho e nem sei se é candidato à presidência da Liga.
Nuno Lobo, presidente da AF Lisboa, também já estará a trabalhar nesse sentido. Tem perfil?
-Se o o meu colega , presidente da AF Lisboa, é candidato só soube pelo que li nos jornais. Nunca falei com ele sobre o assunto e cada um decide o que quer fazer da vida.
E José Couceiro?
-Exatamente igual. É vice-presidente da FPF e, se veio anunciar que é candidato, o que eu não vi, é mais um.
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