Caso dos emails: árbitro João Pinheiro desmentiu o ex-delegado da Liga Nuno Cabral
Reconheceu ter pedido revisão de nota mas não sabia de reencaminhamento para Paulo Gonçalves.
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O julgamento do caso dos emails do Benfica teve ontem mais uma sessão, a qual ficou marcada pela presença do árbitro João Pinheiro no Tribunal na qualidade de testemunha num processo onde Francisco J. Marques, Diogo Faria e Júlio Magalhães são arguidos. Da sessão matinal ficou a confirmação por parte de João Pinheiro de que foi autor de vários emails para o então delegado da Liga, Nuno Cabral, incluídos no processo, os quais terão chegado depois a Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica. Na anterior sessão, a 25 de outubro de 2022, Nuno Cabral afirmara que não tinha intervindo na troca de correio eletrónico com Pinheiro, algo que o Tribunal entendeu querer esclarecer nesta chamada do juiz.
"Este email é meu", afirmou João Pinheiro a certa altura. Segundo recordou o Porto Canal, por onde os referidos emails foram tornados públicos em 2017 por Francisco J. Marques, "o árbitro teria recorrido a Nuno Cabral com o intuito de obter o auxílio de Paulo Gonçalves, então diretor jurídico do Benfica, para rever a classificação de um jogo que opôs Moreirense a Belenenses". João Pinheiro assumiu ontem ser normal "enviar relatórios dos jogos" mas frisou que nunca o fez "para que os reencaminhassem para alguém". "Quando envio [relatórios], não espero feedback. Também envio para árbitros dos distritais. Nuno Cabral nunca me pediu um relatório em particular e não esperava que ele o reencaminhasse", acrescentou. As classificações dos árbitros no final da época são relevantes até porque, apontou ainda João Pinheiro, descer de categoria tem um peso "muito grande" na questão financeira.
Ouvido foi também Carlos Fonseca, delegado da Liga que lembrou um caso que disse ter vivido com o antigo presidente do Benfica. "Em 2012/13, ao intervalo de um jogo do Benfica com o V. Guimarães, Luís Filipe Vieira surgiu aos gritos na área técnica, em protestos com a arbitragem", garantiu. Este elemento frisou que Vieira esteve ao telefone com alguém e disse depois que "o engenheiro Fidalgo pediu para não colocar nada no relatório", algo que aceitou mas mesmo assim viu-se "afastado" das funções.
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