ENTREVISTA, PARTE I - Em entrevista a O JOGO, Josué, médio do Legia Varsóvia, analisa a atualidade do futebol português e deixa bem patente a admiração pelo trabalho levado a cabo por Conceição no "seu" FC Porto.
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Aos 32 anos, Josué brilha na Polónia, mas continua bem atento à I Liga. Torce pelo FC Porto numa luta a três, guarda boas memórias da época que passou no Dragão e, tendo Paulo Fonseca como "número um", admite que gostaria de ter sido treinado por Sérgio Conceição e Jorge Jesus. O trabalho do técnico portista, diz em entrevista, é "difícil de descrever por palavras".
Em 2013/14, Josué marcou cinco golos e fez 10 assistências em 35 jogos pelo FC Porto. Brilhou, também, em Paços de Ferreira e Braga
O Benfica é líder da I Liga e alargou a vantagem sobre FC Porto e Braga. Que cenário espera encontrar em maio?
-O que quero é que o FC Porto seja campeão, mesmo sabendo que não será nada fácil. É óbvio que, com o Sérgio Conceição, não vão desistir, mas mesmo que não o tivessem ninguém ia baixar os braços. Naquele clube não se desiste, seja na equipa principal ou nos sub-13. Há uma dinâmica e uma mística que te faz pensar que é sempre possível. Só que o Benfica está a jogar bem e os resultados ajudam... Mas acredito que possam perder pontos. O FC Porto é que não pode ter mais deslizes, porque um do Benfica não chega. E o Braga, que está muito forte no campeonato, também pode ter uma palavra a dizer, até a pensar na Liga dos Campeões.
"Na temporada que passei no FC Porto [2013/14], percebi que, no futebol, gostar de um clube não chega"
Que memórias guarda de 2013/14, a época completa que fez FC Porto?
-Guardo boas memórias. Tive o prazer de jogar no clube que eu e a minha família apoiamos e aquele em que sempre quis jogar. Ganhei uma Supertaça, mas tenho noção de que foi um ano muito difícil, em que aconteceu muita coisa. Mas foi também um ano em que percebi que, no futebol, gostar de um clube não chega. Segui outros rumos, mas guardo com carinho o facto de ainda ter feito alguns golos e muitos jogos pelo meu clube do coração.
"Toda a gente diz que eu e Sérgio Conceição temos feitios muito parecidos. Se calhar, iríamos estar muito tempo juntos"
Sente que, se tivesse apanhado Sérgio Conceição, a sua etapa no FC Porto teria sido diferente?
-Toda a gente diz que temos feitios muito parecidos e nunca se sabe... Se calhar, iríamos estar muito tempo juntos, mas é difícil imaginar. Desde que saí do FC Porto, em 2014, mantive os pés assentes no chão. Fui eu a decidir todos os passos da minha carreira, segui o meu rumo e o FC Porto seguiu o dele, mas gostava de ter trabalhado com Sérgio Conceição. Assim como gostaria de ter percebido como é trabalhar com Jorge Jesus. São os dois treinadores com quem gostaria de ter trabalhado. Mas o meu número um é o Paulo Fonseca, que me treinou no Paços de Ferreira, no FC Porto e no Braga.
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Que avaliação faz do trabalho de Conceição?
-É difícil descrever por palavras... Em cinco anos ganhou três títulos de campeão, taças, passagens na Champions... O FC Porto, com menos poderio financeiro do que o Benfica, consegue igualar em campo e o mérito é todo de Conceição, pela forma como vive o futebol, como impõe a paixão pelo treino. Gosto muito de ver isso e é algo que lhe dá todo o crédito para continuar a ser um dos melhores treinadores portugueses, porque já é. E pode crescer muito mais no mundo do futebol. No FC Porto tem feito um trabalho incrível.
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