De desconhecidos no início da época a peças indispensáveis dos juniores campeões europeus, o médio e o extremo têm um histórico muito diferente dos companheiros.
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Entre os campeões europeus sub-19 do FC Porto, há dois talentos fora da caixa: o médio senegalês Mor Ndiaye e o extremo colombiano Ángel Torres.
Fogem da norma não só por serem os únicos estrangeiros no onze-base desenhado por Mário Silva, mas também por terem o ainda curto histórico no futebol muito diferente dos companheiros, que foram crescendo na formação de clubes portugueses, maioritariamente no FC Porto.
Mor Ndiaye chegou ao FC Porto no início da época, proveniente de uma academia do Senegal
No início desta época, ao contrário de Tomás Esteves, Fábio Vieira ou Fábio Silva, Ndiaye e Torres eram completos desconhecidos. Quase nove meses passados, são campeões europeus e já constam dos bloco de notas de olheiros, jornalistas e simples adeptos que observaram a Youth League. Mas, afinal, quem são e de onde vieram? Como despertaram o interesse do FC Porto? O que os destaca no Olival?
Comecemos pelo senegalês. Mor Ndiaye chegou ao FC Porto no início da época, proveniente de uma academia do Senegal e nunca tinha jogado em competições oficiais, apenas em torneios entre academias e escolas de futebol. Para poder fazê-lo pela primeira vez, teve de aguardar mais seis meses no Olival, uma vez que não estava inscrito por ter ainda 17 anos.
Nesse período, Ndiaye deu logo mostras do que podem esperar dele: trabalhou de forma incansável e evoluiu de treino para treino. Entrou de tal forma na equipa, em janeiro, quando completou 18 anos, que logo em abril renovou contrato até 2022. Entretanto, já esteve nos treinos da equipa principal, mas nem isso o faz abrandar.
Ainda na quinta-feira, por exemplo, pediu para trabalhar com o preparador físico depois do treino. Por ser fisicamente dotado e ler muito bem o jogo, também pode jogar a central. Já o fez no campeonato de juniores e é testado frequentemente nessa posição.
Ángel Torres é um dos frutos colhidos pela Dragon Force de Bogotá, capital da Colômbia
Já Ángel Torres, 19 anos feitos recentemente, é um dos frutos colhidos pela Dragon Force de Bogotá, capital da Colômbia. O extremo deu nas vistas nas captações da escola do FC Porto, em 2015 e, depois, nos diversos torneios em que participou. Quiseram vê-lo em Portugal, tal como ao avançado Juan Perea e ambos assinaram contratos profissionais.
Torres impressionou mal pegou na bola e é uma espécie de talento em bruto, com uma debilidade já perfeitamente identificada pela equipa técnica: o pé direito. Faz treino individual nesse sentido e foi com esse pé que assistiu Fábio Vieira para o golo que abriu o marcador diante do Chelsea.
De resto, nunca baixa os braços, mesmo que já esteja no limite das forças: com o Sporting, em março, sacrificou-se por uma equipa já sem substituições e ainda marcou um golo. Soma nove no total.
Fora de campo como dentro dele
Ndiaye e Torres diferem dos companheiros pelo histórico e também têm diferenças entre si, especialmente na personalidade.
O próprio Mor admitiu, quando renovou contrato, que a adaptação foi difícil. Ainda se esforça para combater a timidez, mas sobressai pela maturidade, como também se nota em campo: raramente faz erros como aquele atraso mal calculado que quase valeu um golo ao Chelsea.
Ángel é o oposto. A rebeldia que o faz partir constantemente para cima dos adversários também está à vista fora dele.