Declarações de José Mourinho, treinador do Benfica, em entrevista à UEFA
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Anos fora da Liga dos Campeões: "Estes anos em que eu não estive na Champions League não foram maus. Não foram maus porque joguei as finais da Liga Europa e da Liga Conferência, o que significa que eu posso dizer na prática que, mesmo sem a Champions League, eu fui feliz nas competições europeias. Obviamente que a Champions League é a competição máxima, é a competição dos clubes mais importantes da Europa. E para mim, obviamente, tem um significado importante, porque, se ganhar uma é um sonho para todos nós, ganhar duas é ainda melhor."
Novo formato: "As coisas novas necessitam sempre de algum tempo para aprovação ou para a negação de que é uma mudança para positivo. Eu ainda estou num momento de estudo, ainda estou num momento que não me permite dizer que gostava mais do primeiro formato ou que gosto mais deste. É diferente. No ano passado joguei este formato na Europa League, e eu prefiro dizer que é inovador. E, ao mesmo tempo, aquilo que é inovador é também um bocadinho estranho, no sentido de: joga-se só um jogo contra uma equipa; ao jogar só um jogo, há aquela frustração de: só jogo fora, gostava de jogar em casa; ou se jogo em casa, gostava de jogar fora. Ou não é justo que, numa classificação entre tantas equipas, eu esteja nesta classificação, mas não joguei contra uma equipa que está à minha frente. É um bocadinho estranho. Mas é engraçado porque também te permite jogar contra adversários, neste caso, oito adversários diferentes, logo numa fase inicial. Temos de nos adaptar. Aquela coisa de quantos pontos são necessários para atingir determinado tipo de objetivo também não é uma coisa muito evidente, muito fixa, não há um target. Não há verdadeiramente um target que se possa dizer: OK, eu faço 10 pontos e estou qualificado nos primeiros 8 ou nos segundos 8. É difícil. Acho que é uma competição que se tem de desfrutar, tem de se jogar jogo a jogo, e depois, no fim, logo se vê."
Jogo diante do Chelsea: "Já me aconteceu muitas vezes, inclusive quando saí do FC Porto, o meu primeiro jogo europeu com o Chelsea foi Chelsea contra FC Porto. Com o Inter joguei uma infinidade de vezes contra o Barcelona - eu também já tinha estado no Barcelona, é uma coisa que me acontece. Com o Fenerbahçe eu joguei contra o Manchester United, joguei contra o Benfica, é uma coisa que me acontece. Eu considero que tenho a capacidade de, durante 90 minutos, esquecer completamente onde estou, com quem estou a jogar, em que cidade é que estou, este estádio foi meu... Durante 90 minutos, eu consigo ter essa capacidade. Agora, confesso que aquilo que antecede é um bocadinho diferente, e quando o jogo acaba, principalmente quando tens ainda nesse clube, nesse estádio, quando tens ainda gente do teu tempo - às vezes já nem são jogadores porque as gerações mudam, mas os funcionários, as pessoas com quem tu estavas habituado a viver o dia a dia -, obviamente que o feeling humano é diferente. Ir agora fazer Chelsea-Benfica não é seguramente a mesma coisa que fazer Arsenal-Benfica, são coisas completamente diferentes nesse aspeto."