Mourinho e a queixa da APAF: "Se quiserem dizer que é proibido falar dos árbitros..."
Treinador do Benfica fez esta quinta-feira a antevisão ao encontro com o Gil Vicente (sexta-feira, 20h15, no Estádio da Luz), da sétima jornada da I Liga
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Falta de presença de jogadores de área. No topo das prioridades está um jogador que dê mais presença na área? "Nem sequer penso no mercado de janeiro. Disse que o Benfica tinha um bom plantel e continuo a achar. Os três atacantes são três bons atacantes. Quando falo de presença na área, digo um determinado tipo de fiscalidade, de jogo diferente do que estes três apresentam. Quando se joga contra uma muralha defensiva como contra o Rio Ave e estamos no último terço, às vezes não consegues entrar em combinação, apoios, em profundidades curtas. Uma presença de um jogador deste tipo vale um golo, dois pontos, e isso é óbvio que não temos. Agora longe de mim pensar no mercado de janeiro e pedir alguma coisa. O meu trabalho não é pedir, o meu trabalho é desenvolver ao máximo que temos e ajudar os jogadores a melhorarem coletivamente e individualmente, é a minha missão."
Ainda não começou o trabalho no Benfica: "Ainda não comecei o trabalho aqui. Joguei aqui sete ou oito jogos. Estou mais focado nos adeptos, nos jogadores, penso mais neles do que em mim. E sinceramente é um bom sentimento."
Queixa da APAF: "És o único que me trata por senhor, fazes-me sentir velho. Trata-me por míster... Agradeço, mas trata-me por míster que fico contente. É mais fácil assim. Tenho de me adaptar. Tenho-me tentado adaptar a todos os níveis aos locais onde trabalho. Agora a liga portuguesa é algo novo para mim. Tenho muito claro que a ofensa pessoal, pôr em causa a dignidade das pessoas... Tenho muito claro que não o posso fazer e não o fiz. Se não posso criticar o trabalho de um árbitro, da mesma maneira que milhões de pessoas criticam o meu trabalho, não penso que seja muito democrático. Sinto que não fiz nada que justifique algum tipo de ação. Lembro-me de ter dito que o árbitro não teve influência nenhuma no resultado do jogo. Na minha opinião nem sequer disse que o golo devia ter sido validade. Disse que é o futebol dos dias de hoje. Não penso que tenha tido nenhum tipo de declaração justificativa. Se é assim e quiserem ser objetivos e dizer que é proibido falar dos árbitros, tornam a nossa missão mais fácil. Se alguém me der uma diretiva dizendo que é proibido analisar o trabalho dos árbitros acho que facilita muito a vida."
Qual a melhor arbitragem? Turca ou portuguesa? "Eu antes do jogo não falo de árbitros. Eu não tenho intenção de hostilizar, de criar antagonismo nem ambiente negativo. Nunca falo dos árbitros antes do jogo. Depois do jogo sinto-me às vezes no direito de elogiar, que é um prazer elogiar árbitros, ainda mais quando perco. Perdi com o Feyenoord antes de jogar com o Benfica e elogiei o trabalho do árbitro em Roterdão depois de uma derrota. Depois do jogo se alguém disser que não se pode falar do árbitro eu não falo. Se sentir liberdade no meu comentário ao jogo e dizer alguma coisa, tenho o maior prazer, porque poderei até ajudar em alguma coisa. Agora comparar acho que não entra nada aqui. A única coisa que desejo é que no fim do jogo com o Gil Vicente eu possa dizer que o árbitro foi um grande árbitro. É a coisa que mais prazer me dá."