Médio brasileiro ex-Braga defrontou a equipa turca no último fim de semana e fez para O JOGO uma análise profunda do adversário dos minhotos. O resto é saudade
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Mossoró está há três anos a viver na Turquia, joga no Basaksehir, a principal revelação do atual campeonato turco, que empatou no último fim de semana frente ao Konyaspor (1-1). O resultado afastou a equipa do antigo jogador do Braga da liderança isolada do campeonato, partilhada agora com os "grandes" Galatasaray e Besiktas. Em conversa telefónica com O JOGO, Mossoró detalhou os segredos do adversário de hoje dos arsenalistas. "O Braga tem grandes possibilidades de vencer, é favorito. O Konyaspor esteve muito bem na época passada, conseguiram ficar por mérito no terceiro lugar no campeonato, mas esta temporada não estão tão fortes", começou por revelar o médio, numa afirmação assente no atual oitavo lugar no campeonato do Konyaspor, com apenas 10 pontos conquistados em sete jogos.
"O Konyaspor joga um futebol direto e são fortes no jogo aéreo. São uma equipa chata a defender e não podem marcar primeiro"
Apesar da constatação dos números, Mossoró alerta para os perigos da formação turca. "É uma equipa muito forte nas bolas aéreas. O Braga precisa de ter muita atenção aos livres laterais e cantos. Também defendem muito bem, fecham com eficácia o corredor central e torna-se difícil jogar entre linhas." Para contornar esta forma de jogar/defender do Konyaspor, a equipa de Peseiro "terá de circular rapidamente a bola" e "variar o centro do jogo", apostando em jogar "mais pelos corredores laterais". "Se o Braga conseguir jogar rápido e com constantes variações de flanco tem grandes hipóteses de vencer, até porque é superior no plano individual. Mas eles vão pressionar muito nos primeiros minutos. A jogar em casa, vão com tudo logo de início. Jogam na bola longa e têm avançados que seguram bem a bola. Se eles marcarem primeiro, o Braga vai sentir muitas dificuldades para dar a volta ao resultado, porque quando se apanham a ganhar são uma equipa ainda mais chata", explicou.
"Eu e a minha família queremos ir viver para Braga quando acabar a carreira"
É na forma "agressiva" como defende que está a principal força do Konyaspor, ainda que, no plano individual, Mossoró destaque três jogadores de ataque. "São os maiores perigos para o Braga: Bajic, um ponta de lança bósnio, entrou contra nós e fez o golo do empate. É um excelente finalizador. Mas o melhor, para mim, é o número sete. Não sei dizer muito bem o nome [Omer Ali Sahiner], mas joga sobre a direita do ataque e é o motor da equipa. O capitão, o número oito [Ali Camdali], também tem qualidade. É o pensador do jogo do Konyaspor e tem um passe longo muito bom. Como eles jogam preferencialmente longo, o Braga tem de o pressionar para que não consigam organizar o jogo", explicou.
Mossoró não vai ver o jogo de hoje ao estádio, "é muito longe", está a mais de 700 quilómetros da cidade de Konya, mas garante que ficará colocado à televisão. "E vou torcer pelo Braga, claro!"