Médio e treinador com relação complicada no Manchester United. Depois, na Roma, reconciliaram-se
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Henrikh Mkhitaryan, médio de 36 anos do Inter, que trabalhou com José Mourinho no Manchester United e na Roma, publicou a sua autobiografia, denominada "A minha vida sempre ao centro", na qual recorda episódios dessa convivência, nem sempre fácil ou amigável.
"Disse a Mourinho 'andas a criticar-me há um ano e meio, desde que cheguei ao Manchester United'. Ele respondeu 'és uma merda'. Claro que perdi a paciência. 'Tu é que és uma merda e das grandes', disse. E ele: 'Sai daqui, nunca mais te quero ver à frente'. Durante os treinos ele não falava comigo. Seguia um nível religioso de silêncio, mas todas as noites enviava-me uma mensagem no WhatsApp a dizer 'Miki, sai do clube, por favor'. A situação tinha-se tornado grotesca. Eu respondia sempre da mesma maneira, copiava e colava: 'Saio se encontrar a equipa certa, caso contrário vou esperar pelo verão'. A meio de janeiro, as mensagens mudaram ligeiramente: 'Miki, sai do clube para que consiga contratar o Alexis Sánchez, por favor'. Então, a minha resposta também mudou, comecei a dizer 'Não vou embora só para te agradar, e peço, por favor, que pares de me enviar mensagens. Fala com o Mino Raiola [agente] se quiseres'", relata no livro biográfico.
A relação mudou em Roma: "No primeiro dia, demos um beijo. Antes da final da Liga Conferência, Mourinho tinha coberto todo o centro de treinos com fotografias do troféu, acompanhado do slogan 'we must win' (temos de ganhar), em letras maiúsculas, inscrito em todos os lugares. Nos balneários, nos corredores, nos quartos, na cozinha, na casa de banho. Andávamos e pensávamos na vitória. Adormecemos e pensamos na vitória. Cheiramos a comida e pensamos na vitória. Mesmo quando estávamos na casa de banho, pensamos na vitória."