Maus registos, contestação e dívidas no Barcelona: é agora ou nunca para o Benfica
Águias sem perder em 2021/22 visam equipa em turbulência na segunda ronda da Champions.
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Sem vencer o Barcelona desde 1960/61, na final da Taça dos Campeões Europeus, o Benfica chega a este jogo em alta.
A equipa de Jorge Jesus aposta tudo no triunfo, num verdadeiro agora ou nunca para quebrar o enguiço de seis jogos seguidos sem vitórias sobre o Barça, que vive uma autêntica crise, do relvado até às finanças e à Direção. E tudo no primeiro ano pós-Messi, que saiu precisamente na sequência dos problemas financeiros do clube.
Arrancando 2021/22 sob forte pressão, após uma época anterior repleta de... desilusões, o Benfica tem respondido da melhor forma e leva 11 jogos sem derrotas, apresentando um arranque perfeito na Liga Bwin, com sete vitórias em sete jornadas. Já o Barcelona, com apenas três vitórias nos primeiros sete jogos da temporada, igualou algo que só tinha acontecido uma vez nas últimas dez épocas, em 2019/20. E no que diz respeito a golos marcados (11) foi também igualado outro registo negativo da década transata, então em 2015/16.
O mau arranque de temporada, visível também na Champions, onde perdeu no jogo de abertura, situação que não sucedia desde... 1997/98, então com o Newcastle - o desaire por 3-0 no Camp Nou com o Bayern foi a primeira vez que os culé não remataram à baliza na prova -, colocou Ronald Koeman debaixo de fogo. O técnico tem sido contestado pelos resultados, pelas exibições e até pelas estratégias. Obrigado a lançar vários miúdos da cantera num ano de investimento reduzido (desde 2005/06 que o Barça não gastava tão pouco), Koeman corre até o risco de ser despedido em caso de derrota hoje com o Benfica.
Orfão da grande referência dos últimos anos, o Barcelona enfrenta a temporada sem um candidato à Bola de Ouro, isto num clube habituado a craques: nos últimos anos houve Messi, Xavi, Iniesta, Ronaldinho, Eto"o, Thierry Henry, Ronaldo... A grande aposta para o futuro, e herdeiro do 10 de La Pulga, é Ansu Fati, que voltou no domingo após ausência de dez meses. Koeman já colocou, porém, água na fervura e pede tempo. À procura da melhor forma, a equipa vai-se alimentando da explosão de Depay, único reforço para já a afirmar-se como indiscutível (é totalista, com 630" e o melhor marcador da equipa).
A instabilidade técnica estende-se à Direção de Joan Laporta. Recentemente eleito, criticou Josep Bartomeu pelas dívidas do clube, que atingem os 1350 milhões de euros, mas não se livrou da fúria dos adeptos, que o criticam pela saída de Messi e pelo envolvimento na frustrada Superliga Europeia.