Mangas, a transferência e o Vitória: "Tenho sempre esse terço comigo. Veio do Vaticano"
Esquerdino contou que escondeu "ao máximo" o interesse do clube onde quer "conquistar títulos".
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Uma lesão sofrida na pré-época, no jogo contra o Wolverhampton, obrigou Ricardo Mangas a uma paragem de três meses. Recuperado, o esquerdino estreou-se no jogo da Taça de Portugal, contra o Moncarapachense, e jogou pela primeira vez no Estádio D. Afonso Henriques, no último sábado, diante do Chaves. Este e outros assuntos foram abordados numa entrevista ao site do clube.
Três meses de recuperação da lesão: "Foram três meses muito longos. Foi um trabalho em conjunto com o departamento médico do Vitória durante o qual fui muito ajudado pelos meus colegas de equipa. Foram tempos complicados e contei, naturalmente, com o apoio da minha família e da pessoa que vive comigo. Foi difícil digerir essa paragem. Estava muito entusiasmado. Tinha assinado por um dos maiores clubes do país e só pensava em ajudar, dando o máximo. E isso não foi possível ao longo desses três meses, mas já passou. Nesta altura sinto-me bem e, naturalmente, estou novamente preparado para dar aquele contributo que sempre desejei dar”.
Nervosismo na estreia no D. Afonso Henriques, diante do Chaves? “Não sou esse tipo de pessoa. Estava supertranquilo. Senti-me muito bem nessa estreia. Foi muito bom esse momento, num grande estádio e perante os grandes adeptos do Vitória. E ainda por cima fiquei associado a uma grande vitória”.
Empunhou um terço na mão: “É um ritual meu. Até costuma ser antes do início de cada jogo. Quando a equipa se perfila em campo, tenho sempre esse terço comigo. Veio do Vaticano. Foi a minha princesa que me ofereceu e levo-o comigo para todos os jogos. Gosto de me agarrar a esse tipo de coisas. Sou um homem de fé. Sinto que isso me ajuda e me prepara para cada partida”.
Com duas assistências, falta marcar o primeiro golo
“Saí um pouco chateado do jogo com o Moncarapachense. Podia ter feito dois ou três, mas não calhou. Sinto, no entanto, que estou a ajudar a equipa. Sou mais um ajudar e isso é o que eu mais quero”.
Um algarvio a viver em Guimarães há cinco anos: “Quando me transferi para o Aves, os meus pais resolveram acompanhar-me. Era a minha primeira experiência como futebolista profissional e, logo nessa altura, optámos por ficar numa casa em Guimarães. E não voltámos a mudar de residência. Ficámos logo apaixonados pela cidade e pelo seu ambiente. Impressionou-nos aquela devoção pelo Vitória SC e que se sente em todas as ruas da cidade. A minha irmã depressa se tornou vitoriana, muito antes de eu ter assinado pelo clube, e a verdade é que não falha um único jogo no Estádio D. Afonso Henriques. "Fazendo uma retrospetiva, parece que o meu destino já estava traçado”.
Escondeu o convite do Vitória de Guimarães da irmã e dos pais: “Nem pensei muito. Dei logo o meu ‘ok’ quando me falaram do interesse do Vitória. Nem sei se a minha irmã sabia desse interesse até se tornar oficial a transferência. Escondi isso ao máximo. Nem sei o que disseram os meus pais, mas tenho a certeza de que todos ficaram muito contentes”.
Associado ao melhor ciclo do Vitória, com quatro triunfos consecutivos: “Esse ciclo dá-nos, acima de tudo, confiança para a visita ao Moreirense. Temos de continuar a ganhar, esse é o nosso foco. Queremos ganhar todos os jogos. Trabalhamos todos os dias para isso. O grupo está muito forte e unido. Há um espírito de entreajuda permanente. Tenho a clara noção de que encaixei num grande grupo, o melhor de todos desde que sou profissional, de longe. Senti isso desde o primeiro dia em que me juntei à equipa, ainda durante o estágio no Algarve. Estou, por isso, grato aos meus colegas: tornaram tudo mais fácil”.
Ambições: “Vamos pensar jogo a jogo. Eu tenho o sonho de conquistar títulos pelo Vitória SC. Vou fazer tudo por isso, eu e os meus colegas. Somos todos apaixonados pelo jogo e temos uma grande vontade de ganhar. Queremos fomentar ainda mais essa cultura do clube”.
A força dos adeptos: “Os nossos adeptos são o 12.ª jogador da equipa. Empurram-na para a frente. O Vitória tem essa grande força. Contamos com eles na visita de domingo ao Moreirense. Tendo-os do nosso lado, estamos sempre mais próximos de alcançar o sucesso”.