O JOGO encontrou o herói de Viena no Catar, onde vive há vários anos, mas sem deixar de acompanhar o seu FC Porto. Recorda o "inacreditável" Futre e não poupa elogios a Pinto da Costa e a Conceição.
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Rabah Madjer, o herói da final de Viena, onde o FC Porto conquistou o primeiro troféu internacional, está a viver no Catar e foi lá que O JOGO o encontrou, desafiando para uma curta viagem ao passado de glória de azul e branco, mas também para falar do atual momento do seu antigo clube.
"Mehdi Taremi é excelente"
O mago argelino, de 63 anos, aponta Taremi e Otávio como destaques da equipa de Sérgio Conceição, que espera ver muitos anos no banco do Dragão, ao lado de Pinto da Costa, "um excelente treinador na secretária"
O que é feito do Madjer?
-Estou no Catar há vários anos, com a minha família. Quando saí do FC Porto, vim para cá para jogar uma temporada e foi aí que descobri este país. Fiquei por cá como treinador, no Al-Wakrah, no Al-Rayyan, tive passagens pelos juniores do FC Porto, treinei a seleção da Argélia... Também fui comentador da BeIN Sports, andei pelo Dubai, pela Arábia... Um pouco de tudo. Agora estou aqui com a minha família, sou convidado de honra da Federação do Catar para o Mundial e também comentador do canal Al-Arabi, do Catar. Há muitas coisas que já fiz com a FIFA, a CAF, estou e estive sempre ligado ao futebol.
"O FC Porto será sempre uma grande escola de jogadores. Eles chegam jovens e saem prontos para jogar em qualquer lado"
Imagino que continue a acompanhar o FC Porto. Quem é o Madjer da atual equipa?
-Não sei se há um Madjer. Sei é que vi o jogo com o Brugge, em que o FC Porto jogou muito bem e detetei qualidade para ir muito longe na Liga dos Campeões. Agora já não há Madjer. Houve um, com Futre, Juary, Celso, Jaime Pacheco, Sousa, Fernando Gomes e outros ao lado. Já agora, aproveito para lamentar o falecimento do meu querido amigo Gomes. Envio as condolências à sua família, FC Porto e a todos os portistas. Aquela era uma equipa de artistas, tive muita sorte de jogar com eles. Facilitavam-me a vida, ajudavam-me a marcar golos. Hoje em dia também há grandes jogadores, como o Mehdi Taremi, que marca golos e joga muito. O Otávio também... O FC Porto será sempre uma grande escola de jogadores. Eles chegam jovens e saem prontos para jogar em qualquer lado. Por exemplo, gostava que o meu filho, de 20 anos, passasse pelo FC Porto. Ele joga na seleção olímpica do Catar e quem sabe se, no futuro, não poderá acontecer.
"Mehdi Taremi marca e joga muito, tem um enorme sentido de oportunidade"
Elogiou Taremi. Considera que é a peça mais importante do FC Porto?
-É um excelente avançado, tem um enorme sentido de oportunidade. Mas ele é ponta de lança e precisa de ter uma grande equipa por trás. Comigo aconteceu isso. Quando tens ao lado jogadores tão bons... Dou o exemplo do Futre, que era inacreditável. Nunca vi um jogador assim. Digo mesmo: com todo o respeito por todos os outros jogadores portugueses, o Futre era único, muito especial. Se continuar a falar dele, não saímos daqui. Agora, o Taremi também tem a sorte de ter grandes jogadores ao lado.
"Mesmo que o FC Porto não consiga vencer o campeonato esta época, pode ir muito longe da Champions"
Acredita que o FC Porto pode ainda pode chegar ao bicampeonato, apesar da vantagem do Benfica?
-Tudo é possível, vamos ver. O Benfica está muito forte e, mesmo que o FC Porto não consiga vencer o campeonato esta época, pode ir muito longe da Champions. Vai jogar contra o Inter de Milão e pode sonhar. O FC Porto tinha perdido 0-4 com o Brugge, no Dragão, e depois ganhou 4-0 na Bélgica. O futebol é imprevisível. É claro que o FC Porto vai necessitar de muita força mental e tática, porque estamos a falar de um adversário italiano. O Inter é uma boa equipa, vamos aguardar, mas espero que o FC Porto vá muito longe na Champions.
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