Luís Godinho: "Não quis apitar pequenas faltas, mas nenhum dos jogadores queria correr"
O fórum Football Talks decorre entre segunda-feira e hoje, na Cidade do Futebol, com um programa vasto assente em temas relacionados com os cinco pilares estratégicos identificados no Plano Futebol 2030 da FPF
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O árbitro Luís Godinho, presente no fórum Football Talks, explicou que têm "instruções claras para deixar o jogo correr" e que, se um juiz não assinalar "pequenas faltas", tem de ter "aceitação do critério" por parte dos intervenientes do jogo, o que nem sempre acontece no país.
"Também gosto de apitar "à inglesa". Temos um compromisso enorme em contribuir para o tempo útil, mas os intervenientes têm de fazer com que não haja motivos para essas interrupções. Apitar "à inglesa" é que o jogo flua, que os bancos não deem azo a motivos de discórdia e que aceitem esse critério do árbitro. Em Portugal, nós apitamos muitas vezes "à inglesa", mas a nossa mentalidade e cultura faz desvirtuar isso", disse.
Este fator leva a que, muitas vezes, os árbitros portugueses se adaptem ao jogo, e não o contrário, indo de encontro às pretensões dos restantes intervenientes: "Quando um interveniente muda do futebol português para o inglês, joga à inglesa e a mentalidade muda. As pessoas adaptam-se à competição e às equipas onde estão inseridos", realça.
"Estive este fim de semana num jogo de futebol grego, entre Aris Salónica e PAOK. No final do jogo, perguntei-me se eu era o único, durante o jogo, que queria o jogo fluido. Quis dar leis da vantagem, não quis apitar pequenas faltas, mas nenhum dos jogadores queria correr. Comecei a perceber que ninguém queria isso e adaptei-me ao jogo. Se era falta que queriam, eram faltas que marcávamos", acrescentou ainda, em exemplo.
Luís Godinho lembrou que, já esta temporada, se viu um guarda-redes a ser castigado com um cartão amarelo por perda de tempo logo na primeira parte, e que o tempo de compensação tem sido aumentado cada vez mais.
"Se todos estivermos predispostos a não condicionar o jogo, o critério do árbitro será sempre largo. É importante fazer ver que maior qualidade de jogo trará seguramente uma melhor arbitragem em Portugal", explicou.
O fórum Football Talks decorre entre segunda-feira e hoje, na Cidade do Futebol, com um programa vasto assente em temas relacionados com os cinco pilares estratégicos identificados no Plano Futebol 2030 da FPF: Infância e Crescimento, Futebol para Todos e Todas, Qualidade do Jogo, Envolvimento e Sustentabilidade do Ecossistema.
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