Luís Freire antes do FC Porto-Vitória: "Campeonato não está regular para ninguém"

Que tipo de ambição levará este Vitória para o Dragão, vindo de três jogos sem perder e sem sofrer golos? "Temos aqui um grande desafio, mas também uma grande oportunidade. O tamanho da dificuldade também nos pode dar uma grande recompensa no final. Vamos atrás disso, dando sequência ao crescimento da equipa. Saímos de um jogo em que fizemos o triplo dos remates do Braga, vamos estar agora perante um rival que joga em casa com muito apoio. Queremos vencer, vamos atrás disso. Sabemos que o FC Porto assumiu candidatura ao título, assumiu esses objetivos, mas este jogo conta para nós como outro qualquer, para somar pontos e vencer. Vamos ao Dragão com estratégia bem delineada, bem trabalhada durante a semana. Acredito que serão duas equipas com ambição de marcar, temos de ter a capacidade de ter energia alta em campo, estarmos sempre concentrados, porque o Dragão nunca é fácil para ninguém! Vamos fazer os possíveis pela vitória."

A receita da Roma, com pressão alta, aproveitando falhas na construção do FC Porto, serve de inspiração? "A Roma jogou de um para um, o Ranieri jogou assim com uma pressão muito alta sobre os defensores do FC Porto mas também é preciso ter essa capacidade de jogar de igual para igual. Sabemos que o FC Porto teve dificuldades em Vila do Conde a sofrer dois golos em erros de construção. Perante bloco mais baixo ou médio sabemos que têm vivido esse tipo de situações. Mas não adianta pensar muito no rival, temos de pensar no que temos de fazer e desafiarmo-nos ao máximo. Essa exigência vai obrigar-nos a dar melhor resposta contra adversários de poder grande. Temos de estar habituados e procurar vencê-los. Vamos ter essa ambição no Dragão e na Liga Conferência. Temos mais três meses de trabalho para fazer coisas boas, estamos motivados a alcançar isso nas duas competições."

Como olha para este FC Porto, como um dos mais frágeis dos últimos anos? "Não me compete avaliar a época do FC Porto, está a seis pontos do primeiro lugar. Tenho de preocupar-me com a minha casa, a minha gente. Temos rapidamente de vencer jogos."

Com Anselmi, analisa-se um FC Porto com uma estrutura diferente, isso de que forma pode interferir na abordagem do Vitória? "O FC Porto acaba por se apresentar num 3-5-2 com algumas nuances. São desafios diferentes construir a três ou quatro mas já tivemos pela frente o Aves SAD e o Estoril com linhas de três. Sabemos o que temos a fazer, seja mais pelo meio-campo ou por outro lado qualquer. Contra o Famalicão fomos muito dominadores e, no último jogo, já desperdiçámos várias oportunidades. Vamos querer criar mais e concretizar. Merecemos uma alegria." 

É, contudo, um jogo que coloca frente-a-frente duas equipas obrigadas a fazer melhor? "Estamos muito focados no que podemos controlar. Quando cheguei havia um processo defensivo irregular, alguma inconsistência nas bolas paradas, na reação à perda não reagíamos como deveríamos, não de forma tão organizada. Nesta fase já estamos a dominar jogos, agora a criar muito mais oportunidades, sendo uma equipa mais completa. Desafio de manter bitola alta no Dragão. Isto é jogo a jogo, o que está para trás não conta, pela frente tudo em aberto. Duas vitórias mudam muitas coisas, o campeonato não está regular para ninguém. Quando mais cedo dermos o sinal positivo da vitória, mais cedo vamos começar a recuperar. Temos muito por onde evoluir, muita energia para meter. É preciso a energia certa, a motivação certa." 

Momento do Händel, que até esteve para sair para o FC Porto. E Samu, que tipo de perigo pode representar? "Händel é mais fácil de falar. Está há algum tempo a crescer na sua performance. Foi o melhor em campo com o Famalicão, fez mais um belíssimo jogo contra o Braga. Vejo-o a trabalhar muito forte, muito motivado. É um jogador que tem estado em destaque e espero que continue a destacar-se, independentemente do adversário. O Samu é o melhor marcador do FC Porto, não tenho mais a acrescentar. É mais fácil de falar daqueles com quem trabalho diariamente."