Ricardo Tavares sempre foi central nas camadas jovens de Sporting e FC Porto, mas um dia Pepa, seu treinador na altura, foi aconselhado a colocá-lo noutra posição
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O mercado de janeiro proporcionou a Ricardo Tavares um regresso feliz a Oliveira de Azeméis. O lateral-esquerdo tinha deixado a Oliveirense no verão passado, quando se mudou para o Estoril, mas onde pouco jogou. O defesa só participou num encontro dos estorilistas, e face a tão curta utilização não hesitou em voltar à Oliveirense, clube que tinha representado nas últimas três temporadas. Foi uma estreia em grande, com dois golos na goleada de 5-0 ao Benfica B, a de 9 de fevereiro. "Os colegas que já estavam no clube nos anos anteriores e tinham mais confiança comigo passaram a semana toda a brincar. Diziam que eu tinha fechado os olhos ou que o futebol estava para acabar", revela.
Ricardo Tavares entrou no futebol por via da Sanjoanense, mudou-se para o Sporting nos infantis e por lá ficou até ao último ano de júnior, quando se transferiu para o FC Porto, onde completou a formação, em 2013.
Na época seguinte, os dragões emprestaram Tavares à Sanjoanense e, na altura, Luís Castro, então treinador da equipa B portista, ligou a Pepa, técnico dos alvinegros na altura, para dar um conselho que mudaria a carreira do canhoto. "O Luís Castro disse ao Pepa que se eu quisesse ir mais longe então o melhor era ser adaptado a lateral-esquerdo e foi aí que comecei a jogar nesta posição", recorda. Porém, o jogador, de 25 anos, sofreu uma lesão grave em novembro de 2014 que só lhe permitiu tornar aos relvados na temporada seguinte e que possivelmente lhe travou uma evolução que se previa auspiciosa. "Acabei por crescer de outra maneira. Estou onde estou hoje também à custa da lesão", sublinha.
Voltando à Oliveirense, o regresso ao Estádio Carlos Osório, depois de duas épocas e meia a jogar em Aveiro, pesou na retoma no campeonato. "Ter o apoio das gentes de Oliveira de Azeméis faz uma diferença muito grande. Em Aveiro era quase jogar à porta fechada. Falávamos de uma ponta para a outra do campo e ouvia-se tudo", comenta, aplaudindo, ainda, o trabalho desempenhado pela nova SAD de investidores nipónicos. "Quer fazer o clube evoluir e vão melhorá-lo para lutarmos pela subida", atirou.
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Crescimento no meio de craques
Ter jogado nas camadas jovens de Sporting e FC Porto deu a Ricardo Tavares a possibilidade de alinhar ao lado de vários craques. "Os que mais me marcaram foram o Podence, pela capacidade técnica, o André Silva e o Domingos Duarte, que jogou comigo a central", lembrou. Ricardo Tavares está a cumprir a quarentena na Torreira, freguesia balnear do concelho da Murtosa, e por isso tem a felicidade de poder fazer exercício junto ao mar. "Corro à beira-mar e ajuda-me a relaxar a cabeça. Tenho um espaço ótimo para treinar sem problemas", contou.