Liga 2022/23: controlo nominal da bilhética e tempo útil à frente da Premier League
Pedro Proença, presidente da Liga, não esteve presente na conferência que decorreu no auditório da sede da Liga onde também foi confirmada a intenção de a final four 2023/24 da Taça da Liga ser disputada no estrangeiro
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Sem a presença de Pedro Proença, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, o organismo que tutela o futebol profissional apresentou esta terça-feira um balanço do primeiro terço da época. A Liga prepara-se para se adaptar ao adensar dos calendários competitivos da UEFA e está a estudar um conjunto de planos para aliviar a carga competitiva dos jogos das equipas portuguesas. Com a presença de Filipe Pais, chefe de Gabinete de Pedro Proença, Tiago Madureira, Helena Pires e Rui Caeiro, da Direção Executiva.
Uma das grandes novidades apresentadas está relacionada com o cartão do adepto. Filipe Pais afirmou que a intenção "não é revisitar o cartão do adepto numa questão. Cartão do adepto apresentava discriminação em termos de aplicabilidade, a lógica é contrária. Todos os adeptos devem ser envolvidos.", Helena Pires, diretora executiva para as competições da Liga, adiantou a pretensão de um controlo geral de todos os adeptos à entrada dos estádios. "Não estamos a falar de medidas semelhantes. Queremos seguir melhores práticas internacionais. Nesse sentido, no trabalho que tem vindo a ser feito, temos grupos de trabalho para seguir as melhores práticas. Queremos prática nominativa para fazer controlo de quem entra nos estádios por questões securitárias. Conseguimos fazer acompanhamento dos setores. Medidas que queremos e propomos implementar são inclusivas. Está na altura de pensar na segurança dos adeptos".
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Em relação a 2021/22 houve um aumento de 88,5 por cento no número de espectadores na Liga Bwin, mas face à conjuntura social há estádios que apresentam uma média inferior a 500 espetadores. O preço dos bilhetes, face à conjuntura social em que vivemos, está a ser repensado?
"Os dados que são apresentados são comparativos, absolutos. Poderá haver um ou outro estádio onde possa não haver média de crescimento. O tema do preço dos bilhetes é complexo", afirmou Tiago Madureira. "Tal como outros fatores já discutidos influem na capacidade de te mais adeptos. Na primeira edição da Media Partner, o presidente disse que era um tema onde nos vamos debruçar. O preço dos bilhetes está em discussão para poder ser feita alteração. Consideramos que é um dos fatores que impactam na motivação dos adeptos irem. Não há uma medida concreta. Está a ser alvo de estudo. Esperamos ter algo para mostrar. Gostávamos de sublinhar um dado importante para nós: comparativo não é fidedigno suficiente porque ainda havia restrições Covid. Quando fazemos a análise para a última época 2018/19 estamos em linha. É um indicador positivo. Gostávamos de estar acima", afirmou.
Relativamente aos dados do tempo útil médio de jogo da Liga Bwin, os números são surpreendentes. À 13.ª jornada, a I Liga fica à frente da Premier League, da Bundesliga, da Liga espanhola e da Serie A, de Itália, ficando apenas atrás da liga francesa.
De 2021/22 para 2022/23, a Liga Bwin registou um aumento de 5,4% no tempo útil, passando dos 50,2% para os 55,6%, um número superior ao registado em quatro das cinco principais ligas europeias, em termos absolutos na época passada.
Nesse período, La Liga assinalou 52,6%, a Premier League 53,6%, a Serie A 54,3%, a Bundesliga 54,8% e a Ligue 1 55,7%.
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Tiago Madureira, diretor executivo da Liga Portugal, explicou a importância dos dados apresentados por Filipe Pais.
"O quadro que ali está compara dados deste ano de 13 jornadas com dados absolutos da época passada. À medida que a competição vai evoluindo e sobretudo na reta final, o tempo útil tende a decrescer. Estamos a fazer comparação de referência. São dados importantes para nós. Há um número percentual, no tempo absoluto, que ultrapassa dois minutos por jogo. Há aumento do número de minutos jogados. Continuamos a ter números abaixo do que gostávamos que fosse, mas tem havido esforço conjunto de treinadores, que são críticos. Prometemos colocar tema na agenda, íamos divulgar tempo, premiar equipas com mais tempo útil e tem sido catalizador. Os árbitros têm sido parte dessa evolução porque temos redução do número de faltas por jogos, aumento do tempo de descontos, que na percentagem também conta", assinalou o dirigente, prometendo novos dados para o final da primeira volta.
No final da primeira volta vamos apresentar estudo exaustivo sobre tempo útil de jogo. Tipo de paragens, com que paragens, em que momentos. Estes são indicadores primários que são muito animadores. Tempo médio é maior em todas as jornadas do que a média da época passada. São bons indicadores, a época ainda não terminou, está-nos a colocar num patamar mais aproximado das ligas de referência, mas há um caminho para trilhar, quer na questão da percentagem, quer no tempo absoluto. Não vamos largar este tema, há uma terceira camada que é relevante que é a própria cobrança dos adeptos. Sentimos e orgulha-nos que adepto tenha este tema na discussão. Já reage mal quando há 40 e tal por cento de tempo de jogo. Já cobra se a sua equipa contribui."