Antigo guarda-redes brasileiro queria deixar jogar depois do Mundial de 2014
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Julio Cesar pendurou as luvas em 2018, mas para o antigo guarda-redes brasileiro isso era algo que já podia ter acontecido quatro anos antes, após o Mundial de 2014, disputado no Brasil. Só uma exigência satisfeita o fez continuar pelos relvados. "A partir do momento que decidi vir para o Benfica, foi porque já havia um namoro antigo. Depois do fatídico Mundial no Brasil, eu tinha resolvido parar de jogar. Mais uma vez o meu lado emocional superou o lado racional. Um amigo chegou e disse que eu deveria tirar essa ideia da cabeça, que tinha de continuar a jogar, e ressaltou que a minha história era linda. Concordei, mas só concordei se fosse para jogar no Benfica. O meu amigo, então, entrou em contato com o Benfica. O presidente [Luís Filipe Vieira] prontamente me disse para apanhar um avião e vir para Lisboa. Cheguei e logo assinei contrato. O Benfica me estendeu a mão e me deu a oportunidade de jogar por prazer. Serei eternamente grato ao Benfica, porque o clube ajudou a tirar da minha cabeça uma ideia que estava fixa, que era parar de jogar em 2014", revelou em entrevista ao site Goal.
O antigo dono da baliza encarnada recorda, no entanto, que os problemas nas costas o afetaram nos últimos tempos de águia ao peito, ao ponto de ter de planear, ao pormenor, as viagens com a equipa. "Joguei em 2014/15, já em 15/16 acabei sofrendo uma lesão no final do campeonato, o Ederson entrou e, por sinal, foi muito bem, foi ali que ele apareceu de vez. Fiquei na reserva do Ed um ano. O Benfica optou em apostar nele, visto que era um jovem promissor, e fez muito bem. Quando ele foi vendido, resolvi jogar as minhas últimas cartas, cuidar bem da coluna para poder jogar o ano todo e, quem sabe, pendurar as luvas. Mas não foi isso o que aconteceu. (...) Quando estava em crise, eu não viajava com o grupo, viajava separadamente, numa situação mais confortável, sempre tentando preservar ao máximo a minha coluna", lembra.
Julio Cesar comentou ainda a passagem pelo Flamengo e diz que já nem conseguia treinar. "Encontrei um novo Flamengo, uma situação completamente diferente, tudo muito profissional, já não era mais aquela coisa amadora. Ali também já estava no sacrifício, já ia treinar com medicamento em cima de medicamento, não estava a aguentar mais. A ideia era parar logo após o Carioca, acabamos não conquistando o título, mas consegui planear uma última partida, diante do América Mineiro, no Maracanã. Graças a Deus, deu tudo certo, joguei bem, o Flamengo ganhou, a torcida ficou feliz. O meu final de carreira foi mesmo no sacrifício. Teve alturas, aliás, que eu nem ia treinar no campo, isso porque a coluna não deixava."